O CEO da empresa aérea Boeing, Dave Calhoun, anunciou, nesta segunda-feira (25), que sairá da presidência da corporação no final de 2024. A decisão vem após enorme pressão do conselho e órgãos investigativos sobre irregularidades no processo de montagem das aeronaves da empresa estadunidense.
O cargo máximo da Boeing não foi o único afetado. O membro do conselho Larry Kellner não concorrerá à reeleição e será substituído pelo diretor Steve Mollenkopf. Além disso, Stan Deal, presidente e chefe da unidade de aviões comerciais da Boeing, deixará a companhia imediatamente. Em seu lugar, Stephanie Pope, COO da empresa, assumirá.
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— The Boeing Company (@Boeing) March 25, 2024
Casos de aviões da Boeing
A suposta negligência da empresa aos protocolos de segurança entrou em evidência após a porta de emergência de uma aeronave 737 Max, em um voo da Alaska Airlines, escancarar-se. O veículo sofreu uma despressurização repentina e teve que retornar ao seu ponto de decolagem, em Portland.
Para Calhoun, o fato foi um “divisor de águas na história da Boeing”. “Devemos continuar a responder a esse acidente com humildade e completa transparência. Também temos que inculcar um compromisso total com a segurança e qualidade em todos os níveis de nossa companhia”, afirmou em uma nota aos funcionários.
Em outra ocasião, a falha técnica em um voo da Latam, da Austrália ao Chile, com escala na Nova Zelândia, causou uma queda brusca de altitude, jogando os passageiros para cima e fazendo com que 50 pessoas saíssem feridas.
“Não vamos evitar este chamado para ação. Não vamos evitar as mudanças que precisamos fazer em nossa fábrica. Não vamos evitar a necessidade de desacelerar um pouco e deixar a cadeia de mantimentos nos alcançar”, disse Calhoun, que ocupa o cargo de CEO da empresa desde 2020.
Empresas de serviço aéreo, como United Airlines, Ryanair e American Airlines, reclamaram em mais de uma ocasião que a entrega de aeronaves da Boeing atrasou, muito devido aos problemas na manufatura dos veículos.