Deixar a visibilidade que um jornalista tem em uma emissora como a Rede Globo não deve ter sido fácil. Porém, para Ivan Moré, falou mais alto a necessidade de adquirir novas experiências. O jornalista esportivo queria entender que tipo de público sua ‘marca pessoal’ era capaz de atingir.
Existe vida depois de passar por uma grande emissora? Ivan prova que sim. Principalmente no universo digital. Para dar esse passo, Ivan analisou dados que mostram que o Brasil é um dos países mais atuantes economicamente no setor chamado de marketing de influência.
“O mercado de consumo estava se transformando por conta da tecnologia. O fortalecimento das marcas pessoas por meio de perfis que surgiam chamou minha atenção. E, percebi que eu não tinhas as minhas redes sociais nem minha marca pessoal desenvolvida. Estava tudo muito vinculado à emissora que eu trabalhava. Pensei, poxa, quando isso vai acontecer? Será que está tarde?“
Em 2019, ele decidiu que chegou a hora de se dedicar a esta experimentação e mudar do ‘nicho’ esportivo.“Chegou a hora de me transformar e construir minha própria narrativa”.
Começou, portanto, a entender como gerar valor para as marcas. Com sua empresa, a I’M Disruptive Content, ele oferece serviços de gestão estratégica e consegue unir o digital ao meio empresarial. Além disso, criou o podcast Desobediência Produtiva.
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Trajetória de Ivan na Globo
Seu nome, logo de cara, já remete ao esporte. Afinal, durante 20 anos era o grande nome da TV Globo em coberturas de eventos esportivos. Fora da ‘bolha’ televisiva, reflete sobre a capacidade de engajamento do veículo de comunicação: “a televisão continua sendo uma incrível ferramenta de comunicação, principalmente no país que a gente vive; o sinal de internet não chega a muitos lugares e muitas pessoas não têm dinheiro pra pagar”, afirma Ivan.
Hoje, entendeu que uma plataforma não exclui a outra e que é preciso pensar em convergência de mídias; “Por meio do chamado ‘conteúdo 360’ tudo se que faz pode gerar valor”.
Ivan afirma que a TV, nos dias atuais, não é a forma que a nova geração utiliza para buscar informações. “Todo mundo assiste a um programa de TV com o celular na mão. Como captar esse público nessa segunda tela é o desafio”, reflete.
Já o desafio do jornalista neste universo é aprender a lidar com as novas ferramentas que o ambiente digital proporciona. Quanto à competição com influencers e a busca desenfreada por ‘furos’, Ivan é categórico: “Hoje, a profissão de jornalista está se desintegrando, principalmente no que diz respeito à checagem de fontes. É preciso ter senso ético, ouvir os dois lados…Isso só o bom jornalista sabe fazer. O nível de visibilidade é proporcional à responsabilidade”.
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