Mark Zuckerberg, presidente-executivo da Meta, juntamente com os CEOs da TikTok, X e outras empresas de mídia social, testemunharam no Comitê Judiciário do Senado dos EUA em meio às preocupações de legisladores e pais sobre os efeitos das plataformas digitais na vida dos jovens. Durante a audiência, nesta quarta-feira (31), em resposta a uma pergunta do senador republicano Josh Hawley, Zuckerberg se levantou e pediu desculpas às famílias presentes pelo impacto das redes sociais nas vidas de suas crianças.
Em resumo, a audiência abordou a falta de comprometimento das empresas de mídia social com a contenção dos prejuízos causados à saúde de crianças e adolescentes por meio de suas plataformas. Em uma rara demonstração de consenso, senadores republicanos e democratas questionaram os CEOs.
Os pais expressaram preocupações sobre o impacto das redes sociais na vida das crianças, destacando alguns pontos. Entre eles, os responsáveis citaram a natureza viciante dessas plataformas, a presença não regulamentada de predadores sexuais e a promoção de padrões de beleza irreais. Eles relatam que tudo isso tem levado a problemas de saúde mental, como transtornos alimentares e suicídio.
O comitê exibiu vídeos de crianças que contavam experiências em que vivenciaram o bullying nas redes sociais. Além disso, senadores narraram casos de jovens que sofreram chantagem após compartilharem imagens com predadores sexuais e acabaram cometendo suicídio. E, ao longo de toda a audiência, que se estendeu por horas, pais seguraram em silêncio imagens de crianças que tiraram a própria vida.
“Eles são responsáveis por muitos dos perigos que as nossas crianças enfrentam online”, declarou o senador Dick Durbin. “Suas escolhas de design, suas falhas em investir adequadamente em confiança e segurança, sua busca constante por engajamento e lucro em detrimento da segurança básica colocaram nossos filhos e netos em risco.”
As desculpas de Mark Zuckerberg e a recepção dos pais
Em um dado momento, o senador do Missouri questionou se o CEO da Meta já havia oferecido alguma compensação às vítimas. Ao receber um retorno negativo, Hawley apontou que várias famílias de vítimas estavam presentes na audiência, perguntando se Mark Zuckerberg gostaria de se desculpar. Ele se voltou às famílias e fez uma declaração.
“Essas empresas já tiveram oportunidades de fazer isso antes. Eles não conseguiram fazer isso, então uma regulamentação independente precisa intervir”, acrescentou Zamaan Qureshi, que é copresidente da Design It For Us, uma coalizão que defende mídias sociais mais seguras.
* Sob supervisão de Lilian Coelho