TRAGÉDIA NO RS

Quais são as doenças relacionadas às enchentes e como podemos evitá-las?

Transmissão ocorre pela ingestão de água ou alimentos contaminados, por contato ou por vetores; saiba como se proteger

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Doenças relacionadas às enchentes preocupam autoridades de saúde – Crédito: Reprodução

Com a tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul, a exposição a águas contaminadas aumenta substancialmente o risco de doenças como leptospirose, hepatite A e outras infecções. Alessandro Pasqualotto, presidente da Sociedade Gaúcha de Infectologia, em entrevista ao g1, alerta sobre os perigos da água acumulada que contém dejetos humanos e animais, elevando, assim, o risco de contrair enfermidades diversas.

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Quais as doenças relacionadas às enchentes?

Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, explica ao g1 que as doenças podem ser transmitidas pela ingestão de alimentos e água contaminados, contato direto com a água infectada, e por vetores como mosquitos. A mistura de água limpa e contaminada resulta em um cenário ideal para o surgimento de enfermidades transmitidas por água.

Ingestão de água ou alimentos contaminados: quais são os riscos?

Durante as enchentes, a hepatite A e febre tifoide são doenças com alta incidência, devido à contaminação de água e alimentos. Neste sentido, Kfouri ressalta a gravidade da situação ao perder-se a infraestrutura básica de saneamento, resultando frequentemente em surtos dessas doenças. A salmonela, causadora da febre tifoide, também se mostra uma grande ameaça, gerando vômitos e diarreias intensas.

“Uma dessas doenças é a leptospirose, que sempre aparece em enchentes. Outra preocupação é que a pessoa faça a ingestão dessa água, o que pode resultar em doenças que causem diarreia e a hepatite A. Tem a raiva, o tétano e outras infecções bacterianas na pele. Nos abrigos também tem o risco de transmissão de doença respiratória, como gripe, Covid, tuberculose”, diz o infectologista.

Quais medidas preventivas são recomendadas durante as enchentes?

  • Evitar contato direto com as águas das enchentes sempre que possível.
  • Usar proteções individuais como botas de borracha e luvas ao adentrar áreas alagadas.
  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabão, especialmente após contato com a água encharcada.
  • Manter alimentos e água potável longe de possíveis contaminações.
  • Utilizar repelentes para evitar picadas de mosquitos transmissores de doenças.
  • Buscar assistência médica imediata ao apresentar sintomas como febre, diarreia, ou erupções cutâneas.

Vacinação: Uma prioridade nas regiões afetadas

Desta forma, a campanha de vacinação torna-se crucial em cenários de enchente. Assim, o Ministério da Saúde enviou mais de 300 mil doses de vacinas para a região, incluindo imunizantes contra tétano, difteria, hepatites A e B, entre outras. Inicialmente, é importante a atualização do calendário vacinal, especialmente para as pessoas em abrigos e áreas de risco.

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Por fim, além das vacinas, especialistas reforçam que a população deve estar alerta para o aumento de insetos transmissores de doenças. Ainda, alerta para saber se teve ou não contato com animais peçonhentos ou possivelmente raivosos. Neste cenário, no entanto, a prevenção torna-se a ferramenta mais eficaz para evitar um desastre de saúde pública maior do que o causado pelas próprias inundações.

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