Tiago Gomes de Souza, acusado de matar Cesar Fine Torresi com uma voadora na última terça-feira (12), participou da reconstituição do crime. Durante a análise, que chamou a atenção dos pedestres ao redor, Tiago ajoelhou-se e começou a chorar, pedindo perdão pelo que havia cometido. Ele também afirmou que, no momento, sofreu um “ataque de fúria”.
A reconstituição deu-se na última quinta-feira (13), com Tiago, seu advogado, Eugênio Malavasi, um promotor do Ministério Público de São Paulo e a Polícia Civil. Três versões foram recriadas: a do acusado, a do neto de Cesar, que atravessava a rua com o idoso, e a de um médico que testemunhou o ocorrido, realizando, aliás, manobras de primeiros socorros.
Cesar atravessava a rua com seu neto quando Tiago freou bruscamente e parou em frente aos dois. Cesar, então, apoiou-se no capô do veículo. Tiago saiu do carro e começou a discutir com o idoso de 77 anos, eventualmente desferindo um chute em seu peito.
“Ele [Tiago] nem estacionou o carro. Simplesmente desceu, deixou a chave ali e foi atrás do senhor. Ele diz que houve uma discussão. O neto diz que não”, detalhou a delegada Liliane Lopes Doretto, do 3° Distrito Policial de Santos.
A policial ainda afirmou que Tiago explicou seus “acessos de raiva”: “Não conseguiu se controlar e por isso assim agiu. [Disse] que na hora se arrependeu e até fez manobras de ressuscitação na vítima”.
Apesar da comoção popular, Lilian informa que apenas uma testemunha depôs no caso até agora, além de destacar a falta de imagens exibindo o crime. “Estou aguardando os laudos periciais. Acredito que ainda haverão mais testemunhas, e estou na esperança de haver alguma imagem”. Lilian ressalta a importância de relatos das pessoas presentes. “Essas pessoas não se solidarizaram em ir à delegacia para prestar depoimento e isso é muito importante para que a gente tenha a busca real dos fatos”.
Tiago Gomes de Souza, 39, preso por dar uma voadora no peito do aposentado Cesar Finé Torresi, 77, que morreu no sábado (8) após a agressão, em Santos, no litoral paulista, foi hostilizado e chorou durante a reconstituição do crime nesta quinta-feira (13). Dezenas de pessoas… pic.twitter.com/vBh4F7Pnjq
— Folha de S.Paulo (@folha) June 14, 2024
O que diz a defesa do acusado?
Ao g1, o advogado de Tiago Gomes da Souza, Eugênio Malavasi, afirmou que não buscará a impunidade, mas também que não há base para uma acusação de homicídio. “Não houve homicídio na visão defensiva. Houve sim uma lesão corporal seguida de morte”, explicou.
Eugênio ainda destacou que a reconstituição deu-se exatamente de acordo com o relato de Tiago à polícia e constatou o uso de medicamentos prescrevidos pelo acusado.
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