O diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, entrou de férias nessa quarta-feira (16). O agente de segurança pública é investigado por suposta atuação política em favor do presidente Jair Bolsonaro (PL) durante as eleições deste ano. Ele também é suspeito de ter sido omisso nos atos de bolsonaristas que bloquearam rodovias para pedir intervenção militar.
O pedido de férias ocorreu um dia após o Ministério Público Federal pedir o afastamento dele por 90 dias. Ao fazer a solicitação, o MPF alegou que ele fez uso indevido do cargo. Na avaliação de procuradores, o diretor pediu votos irregularmente para o presidente Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral.
O MPF cita uma publicação nas redes sociais em que Vasques pede voto para o candidato do PL. A publicação em questão foi feita em 20 de outubro, em seu perfil no Instagram, onde publicou uma bandeira do Brasil nos stories com a mensagem: “Vote 22, Bolsonaro presidente”.
“Não é possível […] dissociar da narrativa desta inicial a possibilidade de que as condutas do requerido, especialmente na véspera do pleito eleitoral, tenham contribuído sobremodo para o clima de instabilidade e confronto instaurado durante o deslocamento de eleitores no dia do segundo turno das eleições e após a divulgação oficial do resultado pelo TSE”, escreveu o MPF em nota.
A PRF não soube informar um prazo para o retorno de Vasques. A função agora é ocupada pelo diretor-geral substituto Marco Antônio Territo, que já assinou o último relatório de monitoramento das rodovias federais enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), no processo que investiga atos que bloquearam rodovias no país.