A Corte Internacional de Justiça (CIJ), o tribunal mais alto da Organização das Nações Unidas (ONU), ordenou nesta sexta-feira (24) que Israel interrompa todas as operações militares em Rafah, no sul da Faixa de Gaza.
Os juízes também determinaram que o governo israelense deve permitir a entrada de ajuda humanitária pela fronteira entre o sul de Gaza e o Egito, garantir o acesso de observadores externos para monitorar a situação e reportar à corte, em um mês, sobre as medidas adotadas.
BREAKING: INTERNATIONAL COURT OF JUSTICE (ICJ) ORDER ISRAEL IMMEDIATELY STOP MILITARY OFFENSIVE IN RAFAH pic.twitter.com/KH4o5dVW7U
— Sulaiman Ahmed (@ShaykhSulaiman) May 24, 2024
Reação do governo de Israel e do Hamas
Em resposta, o governo de Israel disse que as alegações apresentadas na Corte são “falsas, ultrajantes e nojentas” e que a campanha militar “não evoluiu e não vai levar à destruição da população palestina civil em Rafah”. O ministro israelense das Finanças, Bezalel Smotrich, disse que o país não aceitará a decisão, que chamou de “uma demanda para que Israel não exista”.
O Hamas, em comunicado, disse que o plano do tribunal de enviar representantes à Faixa de Gaza é bem-vindo e prometeu cooperar.
Contexto da decisão
A sentença da Corte foi proferida diante de um pedido de emergência apresentado pelo governo da África do Sul, ao tribunal, sediado em Haia, na Holanda. O governo sul-africano acusa as forças israelenses de genocídio, o que Israel nega e alega legítima defesa.
A decisão da Corte da ONU é obrigatória, mas o tribunal não dispõe de força policial para garantir que Israel vai cumpri-la. O líder da oposição israelense, Yair Lapid, também criticou a medida da CIJ, que chamou de “colapso e desastre morais” por não determinar também que o Hamas devolva todos os reféns.
Na quinta-feira (23), um porta-voz do governo israelense disse que qualquer sentença não teria “nenhum poder na Terra impedirá Israel de proteger seus cidadãos e de perseguir o Hamas em Gaza”.