DÉFICIT HÍDRICO

2023 pode ser o 3º ano seguido de seca no Rio Grande do Sul

O fenômeno La Niña e o desmatamento na Amazônia são possíveis causas da longa estiagem que o estado enfrenta.

2023 pode ser o 3º ano seguido de seca no RS
A sequência do evento climático La Niña tem causado períodos seguidos de seca no RS (Crédito: Canva Fotos)

O Rio Grande do Sul é um dos estados com maior produção agropecuária do país que tem sido muito afetado pela seca. Em 2023, o estado deve completar em  seu terceiro ano seguido de severa estiagem.

Publicidade

Este déficit hídrico acumulado é decorrência de uma sucessão de eventos climáticos que, de acordo com o professor do Instituto de Energia e Ambiente da USP (IEE-USP), Pedro Côrtes, não é um fato dentro da normalidade. “Desde meados de 2020, o Rio Grande do Sul vem enfrentando com diferentes intensidades essas estiagens e isso se deve ao fenômeno ‘La Niña’”, disse em entrevista à CNN.

Um fenômeno natural e recorrente no continente, o ‘La Niña’, explica Côrtes, é o responsável direto por, ao mesmo tempo, causar chuvas nas regiões Norte e Nordeste, com reflexos no Sudeste – como as chuvas da semana passada no litoral de São Paulo -, e seca na região Sul.

Côrtes enfatiza que a frequência e a duração estão chamando a atenção. “Começamos com esse período de ‘La Niña’ no segundo semestre de 2020, foi a até a metade de 2021; teve um pequeno intervalo e, depois o ‘La Niña’ retornou por mais um ano e meio”, explicou.

Ele esclareceu que não é um evento normal, dois destes eventos na sequência, e isso tem castigado muito o Rio Grande do Sul e levado a perdas na safra de soja e milho pelo segundo período consecutivo em diversos casos.”

Publicidade

O professor também afirmou que o desmatamento na Amazônia é outro problema que agrava, entre outras coisas, as estiagens na região Sul, já que as nuvens trazidas da região Norte são uma das fontes de abastecimento das chuvas nos três estados mais ao sul do Brasil.

“Está faltando chuva das duas frentes do estado: as que vêm do sul, e também as que poderiam vir da Amazônia e que têm escasseado em função do desmatamento, que reduz a umidade colocada na atmosfera pelas grandes árvores”, completou.

 

Publicidade

Assine nossa newsletter

Cadastre-se para receber grátis o Menu Executivo Perfil Brasil, com todo conteúdo, análises e a cobertura mais completa.

Grátis em sua caixa de entrada. Pode cancelar quando quiser.