MAIS COR NA MESA

Como os vegetais ficam coloridos? Descubra!

As diferentes cores não alteram apenas os aspectos externo e interno, mas também, em alguns casos, o sabor e o teor de nutrientes. Tais variedades fazem parte do processo evolutivo natural e também de cruzamentos genéticos em laboratórios.

Cenouras coloridas (Crédito: Getty Images)

Nutricionistas sempre recomendam vegetais com cores variadas para nossa alimentação. Esta diversificação é importante para se manter um balanceamento adequado dos nutrientes necessários ao funcionamento do corpo e da mente.

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A couve-flor pode ser roxa e a batata-doce pode ser da cor laranja. Nem todas as bananas têm a casca amarela – podem ser roxas ou ainda no tom rosa.

Esta diversidade se dá também na alteração do sabor e não apenas nas cores internas e externas dos legumes, tubérculos e das hortaliças.

Um exemplo é a banana roxa que é menos doce que a de casca amarela. Vale ressaltar que os nutrientes também são diferentes: a batata-doce-laranja tem dez vezes mais betacaroteno, que é fonte de vitamina A.

Cenoura roxas, amarelas, vermelhas e… Pretas!

Como alimento, a cenoura tem cerca de 500 anos, informa o pesquisador Agnaldo de Carvalho ao G1, responsável pelo melhoramento genético de cenoura na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Emprapa). A primeira tinha a cor branca. O pesquisador acrescenta que esta cenoura era bem diferente das encontrada nos supermercados de hoje: “Era uma raiz toda retorcida, lenhosa e com o sabor muito ruim”.

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Com o passar dos séculos, a cenoura foi se espraiando pelo mundo e ganhando mais cores. Na China e na Índia surgiu a vermelha, na Europa, a amarela e a roxa. Existem também algumas de tons escuros, classificadas como pretas.

A mais conhecida atualmente, de cor laranja, teria se originado na Holanda, conta o pesquisador da Embrapa. Ela é uma evolução da cenoura amarela: “Provavelmente surgiram tipos um pouco mais alaranjados e os produtores foram selecionando esses e foram consultando essa cor até surgir o tipo laranja intenso”.

As cores da couve-flor

Couve-flor roxa
Couve-flor roxa (Crédito: Canva Fotos)

O consumo de couve-flor é essencial, pois a hortaliça é rica em cálcio, em fósforo e contém altos índices de vitaminas B9, B12 e C. Além de ter teores bem baixos de sódio e de calorias, aponta a Embrapa.

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A hortaliça tem origem na Ásia Menor e foi levada à Europa no século 16 e chegou ao Brasil apenas no século 19, aponta o Instituto Agronômico de Campinas (IAC).

Ela existe nas colorações branca, creme, amarela, laranja, verde e roxa, essas duas últimas ainda pouco comercializadas. Os benefícios para a saúde e como é feito o plnatio são os mesmos, independentemente da variedade.

Mandioca de polpa rosada

Classificadas pela Embrapa como mandiocas de polpa rosada, ambas as variedades são ricas em licopeno, um antioxidante que atua no combate ao envelhecimento precoce e também na prevenção do câncer de próstata, explica a instituição.

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Os dois tipos de mandioca foram desenvolvidos pela Embrapa Cerrados em um projeto com foco em cultivos específicos para uso culinário, podendo ser o preparo na forma cozida, frita, chips, mandioca palito, pré-cozida, massas, entre outras.

As mandiocas de polpa rosada levam um tempo de cozimento inferior a 30 minutos, aponta o estudo “BRS 400 e BRS 401- novas cultivares de mandioca de mesa com raízes de polpa rosada”.

Muito além do arroz branco

arroz-vermelho
Arroz vermelho (Crédito: Canva Fotos

O Brasil é produtor de diferentes tipos de arroz. Além dos mais consumidos, como o agulhinha, integral e parboilizado, existem os denominados “arrozes pigmentados”, que incluem espécies como o vermelho e o negro; esses dois possuem 15% mais proteínas do que o arroz branco polido.

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Estes gêneros ainda possuem um consumo pequeno no país, abastecendo somente 1% da população, com 120 mil toneladas ao ano, de acordo com estudo realizado pelo pesquisador em Genética e Melhoramento de Arroz da Embrapa, José Manoel Colombari.

Mais comum no Nordeste, o grão vermelho tem se destacado na culinária gourmet, na elaboração de saladas, bolinhos e como acompanhamento para peixe e frango. Consumido em sua forma integral, ele previne doenças degenerativas e tem ação anti-inflamatória e hipoglicêmica. O primeiro cultivo de arroz vermelho desenvolvido no Brasil foi lançada em 2018 pela Embrapa.

Batata-doce laranja: 10 vezes mais betacaroteno

Batata-doce laranja
Batata-doce laranja (Crédito: Canva Fotos)

A batata-doce Beauregard, da cor laranja, foi lançada em 1981 pela Louisiana State University, nos Estados Unidos. Ela tem esta cor por causa do alto teor de betacaroteno, que além de dar essa pigmentação também é fonte de vitamina A. Seu volume na raiz pode ser cerca de 10 vezes maior do que na batata-doce de polpa mais clara, informa a Embrapa.

O plantio é recomendado nas principais regiõs produtoras do Brasil, execeto em locais que a temperatura mínima for inferior a 15° C. O ciclo de maturação varia entre 120 a 150 dias.

Banana roxa com a polpa branca

Essa fruta é tão consumida no Brasil que faz parte até mesmo de ditados populares da língua portuguesa. Tem origem na Ásia e possui diferentes formas e colorações, esclarece Edson Nomura, pesquisador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA). As variedades possuem mais teor de amido do que as bananas mais conhecidas, como a nanica e a prata, e são menos doces.

Uma destas é a banana roxa, que é maior do que a banana nanica e a prata. Ela é roxa no caule e na casca enquanto ainda não está madura. Mas, quando amadurece, ela adquire uma cor amarela; já polpa é branca.

Outra banana diferente é a rosa, mais usada de forma ornamental. Apesar da diversidade, esses produtos não têm muito valor de mercado, pois não são conhecidos entre os brasileiros e, portanto, não são consumidos.

Não há demanda que justifique um investimento por parte dos produtores. Há também uma questão de tradição entre os consumidores, que preferem a banana nanica ou a prata, aponta Nomura.

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