OCUPAÇÃO

Grupo cria ‘Carnaval Vermelho’ e invade propriedades rurais em SP

A FNL pede que seja considerada inconstitucional lei de regularização de terras, porque, segundo o movimento, favorece grandes proprietários.

Grupo cria o ‘Carnaval Vermelho’ e invade propriedades rurais no oeste de SP
(Crédito: Frente Nacional de Luta Campo e Cidade)

Carnaval Vermelho. Este é o nome da mobilização feita pelo movimento social Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL) que invadiu neste sábado (18) fazendas da região de Presidente Prudente, no oeste do estado de São Paulo.

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O Carnaval Vermelho está concentrado nas cidades de Marabá Paulista, Sandovalina, Presidente Venceslau e Rosana. Segundo a FNL, cerca de mil famílias participam das ocupações. O grupo diz reivindicar a destinação das áreas para a implantação de assentamentos da reforma agrária para trabalhadores rurais sem-terra.

“O movimento reivindica terra, trabalho, moradia e educação, através da ocupação de terras que já foram reconhecidas como públicas pela Justiça, porém ainda permanecem abandonadas sem cumprir seu uso social”, afirma a FNL em nota.

Ainda de acordo com a mobilização, há pelo menos 5.000 famílias cadastradas no Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) com direito a mais de 300 mil hectares de terras devolutas. A distribuição das áreas, no entanto, depende de trâmites sob responsabilidade do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

A FNL pede que seja considerada inconstitucional a lei estadual de regularização de terras aprovada em 2022, que, segundo eles, favorece os donos de grandes propriedades.

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Segundo a Polícia Militar, a corporação foi acionada para atender duas ocorrências no domingo em Presidente Epitácio e Planalto do Sul. A PM também informou que não houve confronto e nem necessidade de intervenção.

No sábado, houve o acionamento para a ocupação em Rosana, na Fazenda São Francisco, em que não foi necessária a atuação por parte da corporação, já que os proprietários já haviam retirado o grupo do local.

A PM disse ainda que três veículos foram atingidos por disparos de arma de fogo, mas não houve feridos. Uma perícia foi realizada na área. Após a retirada dos invasores, o grupo interditou a rodovia, sendo necessária a negociação policial para que a via fosse desobstruída, sem confronto.

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Em relação à Fazenda Floresta, em Marabá Paulista, o plantão judicial expediu ordem com prazo de cinco dias para desocupação.

Em nota, a  Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de São Paulo (Aprosoja/SP) manifestou repúdio às invasões.

“Condenamos veementemente a relativização do direito de propriedade, a destruição de patrimônio e a barbárie de práticas criminosas que deveriam ter ficado no passado”, afirma parte do comunicado.

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