
A recuperação de pastagens degradadas foi citada pelo governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), em seu discurso de posse, como uma das metas na área ambiental. Outro objetivo a ser feito é reutilização dessas terras que contribui para o combate ao desmatamento.
Mas, o que é uma pastagem degradada?
Uma pastagem é considerada degradada quando o solo vai perdendo ou perde totalmente a capacidade de produzir plantas suficientes para alimentar o gado.
Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), há dois tipos de degradação:
– por excesso de plantas daninhas que passam a competir com as forrageiras (espécies de plantas voltadas para a alimentação animal), dificultando que o gado consiga selecionar a vegetação correta para a sua alimentação;
– por deterioração do solo em que há um aumento na proporção de solo descoberto (sem vegetação), facilitando a erosão e a perda de nutrientes do solo.
Muitos pecuaristas pnotam essa degradação quando não conseguem criar a mesma quantidade de animais em um mesmo terreno como antes ou quando o gado perde peso ou ainda quando para de produzir leite.
O que faz um pasto se degradar?
– excesso de animais em uma mesma área;
– falta de adubação do solo;
– plantar uma espécie forrageira em um solo para o qual ela não é adaptada;
– queimadas;
– pragas e doenças.
Leila Harfuch, sócia-gerente da Agroícone, explica, em entrevista ao G1 que “ principal causa da degradação de pastagem no Brasil se dá pela combinação da falta de cuidado com o solo, como a não reposição de nutrientes, e o manejo inadequado de animais, como a superlotação do pasto”, explica
No Brasil, 63% de toda a área de produção pecuária nacional tem algum nível de degradação, que pode ser moderado ou severo. São 96 milhões de hectares ameaçados de um total de 152 milhões, segundo a ONG Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora).
Para reaproveitar uma pastagem degradada é necessário usar técnicas agrícolas que devolvam nutrientes ao solo, estimulando novamente a brotação das plantas. O reaproveitamento evita o desmate porque assim forma o produtor não precisa abrir novas áreas para criar boi ou plantar.
Como recuperar uma pastagem?
A Embrapa informa que há três formas de recuperação:
– Recuperação direta. Feita em casos menos graves. Consiste no controle de plantas daninhas por meio de uso de herbicidas, por exemplo, e ajuste na fertilidade do solo a partir da adubação. Em alguns casos, pode ter replantio de forrageiras. É o processo mais barato.
– Renovação. Aplicada em pastos mais degradados e consiste na formação de uma nova pastagem. Além de recuperar a fertilidade do solo, há replantio com mudança ou não da espécie. Pode ter um custo três vezes maior que o da recuperação direta porque se gasta com o preparo do solo: nivelação do terreno, aplicação de calcário, redução da acidez, adubação, sementes, exemplifica Leila. Revezar.
– Recuperação/renovação indireta. Voltada para pastos mais degradados. Neste modelo, a criação de gado começa a ser revezada com o plantio agrícola e/ou florestal. Esse processo pode sair cinco vezes mais caro que a recuperação direta, a depender da região. Isso porque o produtor precisa mecanizar a área, preparar o solo e fazer novas semeaduras.
Contudo, essa tem sido a saída mais frequente entre os produtores por trazer diversificação da renda: em uma época do ano eles ganham com a venda do produto agrícola e, em outra, com a pecuária, ressalta Leila.
A integração da pecuária com a lavoura e floresta renova a pastagem porque as técnicas aplicadas no solo para fazer o plantio devolvem nutrientes à terra. O efeito de renovação é ainda maior quando árvores são plantadas. Por terem raízes muito profundas, elas conseguem captar nutrientes do fundo da terra e reciclar a água com maior facilidade.
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O desmatamento para monocultura e pastagem é o principal responsável pela diminuição de 34% da vazão dos rios do Cerrado até 2050https://t.co/hZh0pj2uG3
— Portal EcoDebate (@ecodebate) January 9, 2023
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