ÍNDICES COMPARATIVOS

Um dia de chuva em S. Sebastião foi equivalente a 5 meses na cidade com maior PIB do agro

As águas de março chegaram em fevereiro na cidade paulista; São Desidério, no oeste baiano, de junho a agosto quase não chove.

Chuvas em São Sebastião e São Desidério: um dia foi igual a cinco meses
O índice de chuva que caiu em 24h na cidade São Sebastião foi recorde histórico no Brasil (Crédito: Governo do Estado de São Paulo)

Um dia de chuva em São Sebastião (SP) foi equivalente ao total dos cinco meses mais chuvosos em São Desidério (BA). Em São Sebastião choveu 694,22 mm entre 19 e 20 de fevereiro; em São Desidério, o índice alcança 746 mm de novembro a março, segundo registros históricos.

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Os municípios estão separados por uma distância de 1.730 km e possuem um ponto em comum: o nome de ambos são homenagens a santos. Regime de chuvas, clima, economia, biomas, distância das respectivas capitais são pontos que as diferenciam.

A cidade do oeste baiano tem uma precipitação de 928 mm anuais, na média dos últimos 30 anos; já São Sebastião, no mesmo período, o registro chega a 2.026 mm. Os dados são do site Climatempo.

São Desidério está localizada em uma região conhecida como Matopiba, a última fronteira agrícola do país, e tem o maior PIB da agropecuária do Brasil (cerca de R$ 3,5 bilhões) em 2020, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São Desidério dista pouco mais de 12 horas da capital Salvador. O clima é o tropical quente com tendência a subseco, o bioma é o Cerrado. A população é de 36.793 habitantes (Censo 2022-IBGE).

São Sebastião é polo de turismo com praias de rara beleza e importante porto exportador de grãos. O centro da cidade fica cerca a 2h40 da capital paulista. O clima é tropical atlântico úmido e o bioma é a Mata Atlântica. O relevo é montanhoso, o que contribui para que as chuvas se concentrem em uma faixa litorânea que avança poucos quilômetros continente adentro. A população total chega a 87.939 habitantes (Censo 2022-IBGE).

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A cidade baiana possui um regime de chuvas cuja maior intensidade começa em novembro e que se estende até março. De acordo com dados do Climatempo, os meses mais chuvosos são dezembro (174 mm), março (155 mm) e novembro (151 mm). Já no mês mais seco, julho, quase não chove e a média foi de 1 mm. Agosto (2 mm) e junho (3 mm) completam o trio mais seco do ano na cidade.

São Sebastião tem mais regularidade na distribuição de chuvas ao longo do ano – chove mais do que o dobro que São Desidério. Os meses mais chuvosos são janeiro (280 mm), março (245 mm) e dezembro (241 mm). Mesmo no mês mais seco, agosto, chove 80 mm pela média histórica; junho (88 mm) e julho (98 mm) são os outros dois menores índices pluviométricos mensais na cidade litorânea de São Paulo.

ÍNDICES DE COMPARATIVO DE CHUVAS EM MILÍMETROS NAS DUAS CIDADES

mês São Desidério São Sebastião
janeiro 145 280
fevereiro 121 229
março 155 245
abril 76 146
maio 21 124
junho 3 88
julho 1 98
agosto 2 80
setembro 13 151
outubro 66 159
novembro 151 185
dezembro 174 241
total do ano 928 2.026

VEJA AS CIDADES ONDE MAIS CHOVE

Cidades com maiores precipitações no Brasil (em milímetros cúbicos, segundo pesquisa da Universidade Federal da Paraíba), no ano de 2021:

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1-Belém (PA) – 3.868,0

2-Praia Grande (SP) – 3.251,0

3-Nova Friburgo (RJ) – 3.185,7

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4-Petrópolis (RJ) – 3.162,6

5-Cubatão (SP) – 3.149,9

CONFIRA AS CIDADES MAIS SECAS

As cidades onde menos chove no Brasil possuem índice anual menor que o registrado nos dias 19 e 20 de fevereiro em São Sebastião. Todas estes municípios estão localizados na Região Nordeste. Veja a seguir:

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1-Juazeiro (BA) – 484,4

2-Cafarnaum (BA) – 486,2

3-Remígio (PB) – 477,4

4-Solânea (PB) – 467,6,0

5- Petrolina (PE) – 459,0

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