VIOLÊNCIA

60% das vítimas de LGBTfobia são agredidas por familiares na cidade de SP, diz pesquisa

Segundo o Instituto Pólis, nos últimos oito anos, o sistema público de saúde na capital paulista atendeu um total de 2.298 vítimas de homofobia, lesbofobia e transfobia

60% das vítimas de LGBTfobia são agredidas por familiares na cidade de SP, diz pesquisa
De 2015 para 2023, casos de violência contra a população LGBTQIAPN+ saltaram de 43 para 465 – Crédito: Canva Fotos

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Pólis revelou que 60% das vítimas de LGBTfobia foram agredidas pelos próprios familiares ou ainda por pessoas conhecidas na cidade de São Paulo entre os anos de 2015 a 2023.

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Os dados foram compilados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do SUS e registram as violências que acarretaram uma demanda de atendimento no sistema público de saúde, tais como: físicas, sexuais e psicológicas.

De acordo com o instituto, nestes últimos oito anos, o sistema público de saúde na cidade de São Paulo atendeu um total 2.298 vítimas de homofobia, lesbofobia e transfobia. De 2015 para 2023, registroas de violência contra a população LGBTQIAPN+ saltaram de 43 para 465: quase 11 vezes maior.

LGBTfobia e os dados da pesquisa

  • 49% das vítimas foram agredidas na própria residência;
  • 30% das vítimas de LGBTfobia atendidas no sistema de saúde têm até 19 anos;
  • 55% das vítimas de violência LGBTfóbica são negras, enquanto 43,5% do total da população da cidade de São Paulo é negra;
  • 61% das vítimas trans são negras;
  • 59% das vítimas de violência dentro da própria residência são mulheres.

O diretor do Instituto Pólis, Rodrigo Iacovini, em entrevista ao g1, ressalta que a maioria das vítimas dentro da própria residência é composta por mulheres e, por esta razão, é fundamental analisar os dados de violência contra as pessoas LGBTQIAPN+ a partir de uma visão interseccional.

“A violência LGBTfóbica também acontece dentro de casa. Ela se combina com o patriarcado, o machismo e a misoginia quando ataca mulheres dentro de casa, quando elas são vitimadas por violência sexual”, afirma Iacovini.

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Racismo mais LGBTfobia

Para criação de políticas públicas mais assertivas e específicas para cada público, o poder público também deve ter o olhar voltado para a interseccionalidade racial. Segundo o levamento do Instituto Pólis, por exemplo, 79% das vítimas agredidas por policiais na cidade de São Paulo, nos últimos oito anos, são negras e LGBTQIAPN+.

“Temos a combinação do racismo com a LGBTfobia. Os corpos negros são historicamente aqueles que são mais violentados pelas forças policiais, além do recorte etário ser mais jovens. Então, aquilo que os movimentos negros vêm falando que a polícia anda matando a juventude negra, ela também vem violentando a juventude Negra LGBT”, disse o diretor.

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