
Durante uma audiência virtual que aconteceu na segunda-feira (22), um desembargador repreendeu uma mãe e advogada após seu bebê começar a chorar no decorrer da sessão. A advogada Malu Borges Nunes, de 29 anos, que é de Santa Catarina, havia pedido para ser ouvida primeiro pois precisava amamentar a criança. A solicitação foi negada.
Após o caso ganhar repercussão nas redes sociais por conta das falas do desembargador Elci Simões, que disse que o bebê da advogada estava “atrapalhando” e “prejudicando os colegas”, Malu Borges disse que sentiu ofendida. Por meio de suas redes sociais, a advogada agradeceu o apoio e a atenção que recebeu de internautas.
Em entrevista ao Bom Dia Brasil, jornal matinal da TV Globo, também destacou a tristeza com a situação:
“Eu me senti primeiro ofendida como mulher, como mãe, como advogada também. Ele [desembargador] questionou a minha ética profissional em relação a eu estar, não sei, com ela no colo, ou amamentando, ou de estar no home-office e ela estar perto de mim. Eu fiquei muito mal, chorei bastante depois. Eu me viro aqui nos 30 para dar conta de tudo que eu tenho que fazer. Dar conta de bebê, casa, trabalho”, disse.
Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Santa Catarina destacou o “constrangimento enfrentado“ pela advogada.
Enquanto um advogado que levou seu filho, dias atrás, para uma sessão do STJ foi enaltecido como um exemplo de pai e teve sua sustentação adiantada, uma advogada mãe foi repreendida em sessão pelo desembargador por causa do barulho que seu bebê fazia. Ser mulher nunca é fácil!
— Thaynara 🌱 40.040 (@thaynaradf) August 24, 2022