O Presidente Jair Bolsonaro embarca hoje para uma viagem à Rússia. O que isso significa para o Brasil? Rússia e Ucrânia em conflito, uma guerra prestes a acontecer. É o melhor momento para esta viagem? Talvez, não. Em ano eleitoral, as visitas a Moscou podem indicar questões ideológicas. Ou seja: podque nós, brasileiros, escolhemos – por meio do mandatário – um lado: O dos russos. A viagem pode ser instrumentalizada com outros objetivos. Esse é o temor.
Analisando sob o viés político, desde a derrota de Donald Trump nas urnas americanas, Bolsonaro parece estar isolado no cenário internacional e refazer a imagem lá fora pode ser uma estratégia importante para o presidente – principalmente, em ano eleitoral.
Aliados afirmam que a viagem já estava marcada há algum tempo e que, embora não seja o melhor momento, é fundamental. O encontro não é para tratar deste tema – atende a um convite de Putin, que esteve no Brasil em 2019. Vale ressaltar que relação entre os dois países é antiga e sólida: existe um comércio muito aquém das nossas necessidades.
Por outro lado, há o temor de que o Presidente russo tire proveito da visita para reforçar sua influência na América Latina, tradicionalmente alinhada aos Estados Unidos. Desde janeiro, o Brasil ocupa, como membro rotativo, um assento no Conselho de Segurança da ONU.
De acordo com Antony Blinken, secretário de Estado norte-americano, uma invasão pode ter início a qualquer momento. Embora o assunto não seja a pauta de Bolsonaro com Putin, as outras pautas podem ser, sim, ofuscadas pelo conflito em curso.
Em entrevista ao Grupo Perfil Brasil o professor de Relações internacionais da ESPM, Gunther Rudzit, explica o surgimento dos conflitos entre os dois países e o que está em jogo nesta viagem de Bolsonaro.
*O texto não reflete, necessariamente, a opinião do Grupo Perfil Brasil