cárcere privado

Regina Gonçalves: o que se sabe sobre desaparecimento da socialite?

Ela está na casa do seu irmão se recuperando. De acordo com amigos da família, o apartamento foi encontrado sujo e parecia um lugar de criar porcos

Regina
Regina Gonçalves – Crédito: Reprodução

A socialite Regina Gonçalves, 88 anos, moradora do famoso edifício Chopin, vizinho ao hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, estava desaparecida desde o final de 2023. Alice Tamborindeguy, também moradora do Chopin e amiga da socialite, foi quem chamou a atenção nas redes sociais a respeito do suposto desaparecimento de Regina.

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Regina Gonçalves é viúva do empresário Nestor Gonçalves, fundador da Copag, fabricante das famosas cartas de baralho e não tem filhos. Dona de dois apartamentos no Chopin e moradora mais antiga do edifício, ela não era vista pelos vizinhos desde o ano passado, o que levantou suspeitas de que estaria sendo vítima de uma relação abusiva.

“Não a vejo há meses. Tentei telefonar, mas o telefone mudou. Tentei procurar, mas ela não estava no apartamento”, relatou a amiga ao F5. Também disse nunca ter suspeitado do ex-companheiro de Regina. “Ele era sempre muito gentil, gente boa, sempre me tratou bem”, afirmou.

Relacionamento abusivo

Segundo amigos, ela tinha um relacionamento amoroso com seu antigo motorista, José Marcos Chaves Ribeiro. O empresário João Chamarelli, amigo da família de Regina, confirmou ao jornal O Globo que a socialite foi vítima de um golpe do seu antigo motorista, que a mantinha em cárcere privado. Segundo Chamarelli, ela conseguiu escapar após um descuido dele. O caso foi registrado na Polícia Civil e o inquérito corre em segredo de Justiça. No momento, está sendo realizado um inventário de todo o material roubado, incluindo tudo o que foi levado dos cofres arrombados na casa.

Ao F5, Chamarelli contou  que “ele era o motorista que depois foi promovido a uma espécie de mordomo. Era um acompanhante. Criou-se um afeto [entre os dois]. Mas quando se perguntava, ela dizia: ‘Não tenho nenhuma relação com ele, tenho um carinho, ele me acompanha'”. Ele ainda contou que o apartamento foi encontrado sujo, que “parecia um lugar de criar porcos”.

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Regina está se recuperando

No entanto, Chamarelli está otimista sobre o retorno de Regina ao Chopin. “Mesmo diante de todo esse cenário, de todos os traumas, a Regina é como uma fênix”, disse.

Marina Felfeli afirmou ao F5 que conversou com a socialite nesta terça-feira (23), que Regina terminou o relacionamento e está “se recuperando dos traumas”. “Ela está ótima, alegre, lúcida”, afirmou a síndica. “Está na casa do irmão, muito amada e feliz. Bonitona e plena, como sempre. Ela vai fazer uma pintura na casa dela para voltar em breve ao Chopin. Quando ela voltar, daremos uma grande festa! Ela merece”, disse Marina.

União Estável

Um laudo assinado por perito judicial atestou que é “possível” a socialite ser “suscetível à manipulação e à implementação de falsas memórias”. Segundo o jornal O Globo, o documento foi anexado, no último dia 15, ao processo que tramita na Justiça e pode ser crucial para o juiz definir quem deverá ficar com ela e com sua herança.

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Em 2016, de acordo com o processo, Benedicto Julio Lemos, irmão de Regina, propôs, uma ação para interditar a socialite, levantando dúvidas sobre sua sanidade e capacidade civil. O processo tramitou na 12ª Vara de Órfãos e Sucessões da Comarca da Capital, mas a Justiça julgou improcedente. Naquele ano, a família também entrou com um processo de maus-tratos sofridos por Regina, acusando Ribeiro.

À época, de acordo com certidão de união estável registrada no 23º Ofício de Notas da Capital do Rio, no Centro do Rio, em 21 de dezembro de 2021, Ribeiro já morava com ela. O documento informa que o casal começou a se relacionar em 2010.

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No fim de 2023, ainda segundo o processo, Ribeiro alegou que percebeu que a esposa passou a demonstrar sinais de demência. Outro laudo, dessa vez, de um psiquiatra particular, atestou que ela “desenvolveu rapidamente debilidade compatível com quadro demencial avançado”, no caso, Alzheimer

Com déficit cognitivo grave, o marido conseguiu que ela fosse interditada no início deste ano, obtendo uma curatela provisória por 120 dias. No dia 2 de janeiro, Ribeiro alegou que Regina teve um surto e foi à casa do irmão, em Copacabana, de onde não mais retornou.

Dívidas

De acordo com levantamento feito pela coluna GENTE, da revista Veja, Regina tem várias dívidas acumuladas na Justiça há, pelo menos, três anos. A maior delas é de Dívida Ativa da União (DAU) no valor de 256.164,50 reais, cobrada pela procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional – 2ª Região.

Há ainda uma cobrança no valor de 55 mil reais de dívidas imobiliárias de uma casa em Angra do Reis; e está sendo processada por dívida de IPTU de um apartamento no hotel Quitandinha, em Petrópolis, no valor acumulado de 46 mil reais. Juntando essas três cobranças, Regina deve mais de 350 mil reais à Justiça.

*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini

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