Bolsonaro ataca ministros do STF e os acusa de ameaçar liberdades

Ataques foram feitos durante entrevista ao site Gazeta Brasil

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O presidente brasileiro Jair Bolsonaro deixa após a posse do recém-nomeado Ministro do Supremo Tribunal Federal André Luiz de Almeida Mendonça em 16 de dezembro de 2021 em Brasília, Brasil. O ex-ministro da Justiça Mendonça havia sido indicado pelo presidente Jair Bolsonaro e depois aprovado pelo Senado brasileiro para preencher um cargo vago no Supremo Tribunal Federal. (Foto por Andressa Anholete/Getty Images)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a atacar, nesta quarta feira (12), os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Na ocasião, Jair acusou os dois magistrados de ameaçarem e cassarem as “liberdades democráticas” com o objetivo de beneficiar a candidatura do ex-presidente Lula (PT).

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“Quem esses dois pensam que são? Que vão tomar medidas drásticas dessa forma, ameaçando, cassando liberdades democráticas nossas, a liberdade de expressão porque eles não querem assim, porque eles têm um candidato. Os dois, sabemos, são defensores do Lula, querem o Lula presidente”, declarou Bolsonaro ao site Gazeta Brasil.

Depois das ameaças golpistas de 7 de setembro, Bolsonaro diminui os ataques nos meses seguintes após se desculpar com os magistrados e escrever uma carta com auxílio do ex-presidente Michel Temer (MDB). Contudo, o presidente voltou a atacar integrantes da corte no final de 2021.

Durante a entrevista para o site da Gazeta Brasil, um dos jornalistas questionou Bolsonaro sobre um recente artigo em que Barroso defende a regulação das redes sociais. No texto, o ministro cita o “aparecimento de verdadeiras milícias digitais, terroristas verbais que disseminam o ódio, mentiras, teorias conspiratórias e ataques às pessoas e à democracia”.

Em sua resposta, Bolsonaro disse que “de terrorismo ele (Barroso) entende. Ele defendeu o terrorista Cesare Battisti, italiano que matou quatro pessoas de bem”.

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Jair ainda afirmou que Barroso teria conseguido sua indicação ao STF, no governo Dilma Rousseff (PT), por ter atuado na defesa de Battisti.

“Acusar de terrorismo? Quando se fala em matar gente, terrorismo, eu aponto os quatro cadáveres do Battisti. Qual crime eu cometi, senhor Luís Roberto Barroso? Que crime eu cometi? Quais foram as fake news que eu pratiquei? Falam que tem um gabinete do ódio, me apresente uma matéria que seria do gabinete do ódio”, disse Bolsonaro.

Minutos depois, Bolsonaro atacou o ministro Alexandre de Moraes e lembrou o julgamento do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que rejeitou a cassação da chapa Bolsonaro-Mourão por participação em esquema de disparo em massa de fake news nas eleições de 2018.

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Moraes, que será presidente do TSE em 2022, já afirmou que caso haja disparo em massa de fake news nas próximas eleições, os responsáveis serão cassados e “irão para a cadeia por atentar contra as eleições e a democracia”.

“Eu fui julgado no TSE, a chapa Bolsonaro-Mourão, no final do ano passado; e lá foi a vez do senhor Alexandre de Moras falar claramente: ‘houve sim fake news, houve disparo em massa, sabemos; no ano que vem —que é neste ano— se tiver vamos cassar o registro e prender o candidato’‘, afirmou Bolsonaro.

“Olha, isso é jogar fora das quatro linhas (da Constituição), eu só tenho isso a dizer a vocês. Eu sempre joguei dentro das quatro linhas. Não se pode falar em terrorismo digital. Que terrorismo é esse? É o que ele acha que é? Quem são os checadores de fake news no Brasil? Contratados a troco de quê?”, completou Bolsonaro.

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