Dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgados nesta segunda-feira (03), apontam que o Brasil é o segundo país com a maior proporção de jovens, com idade entre 18 e 24 anos, que não conseguem nem emprego nem continuar os estudos.
Segundo o relatório Education at a Glance 2022, 35,9% dos jovens estão nessa situação no país. A proporção brasileira é o dobro da média dos países membros da OCDE, que é de 16,6% de pessoas dessa faixa etária sem trabalhar e estudar.
O Brasil fica atrás apenas da África do Sul, onde 46,2% dos jovens estão sem estudar ou trabalhar. Os países se juntam à Grécia e à Itália, que registraram o maior percentual de jovens desempregados há pelo menos um ano.
“Em alguns países há grandes disparidades regionais na parcela da juventude Neet (sem trabalhar ou estudar). Em quatro países, a diferença entre as regiões com as maiores e menores parcelas excede 20 pontos percentuais. Isso destaca a importância das políticas de educação e mercado de trabalho que são adaptadas aos contextos locais”, diz o texto.
Das 45 nações avaliadas, o Brasil também é o segundo com a maior proporção de jovens por mais tempo nessa condição. Dos que estão sem emprego e sem trabalhar no país, 5,1% se encontram nessa situação há mais de um ano, o que indica uma falta crônica de oportunidades para essa população.
O relatório destaca ainda que, no Brasil, só 33% daqueles que acessam o ensino superior conseguem terminar a graduação dentro do tempo previsto. Quase metade (49%) só conclui o curso depois de três anos do prazo programado. O restante desiste da graduação ou termina em um tempo ainda maior.
Em todos os países analisados, a conclusão do ensino superior está associada, segundo o relatório, a mais oportunidades de emprego e melhores salários.