COMBATE AO CRIME

Exclusão da Polícia Civil em operações fragiliza segurança da população, alerta Sindpesp

A presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, delegada Jacqueline Valadares, ressalta que “as forças de segurança precisam trabalhar em sintonia, harmonia e sinergia no estado de São Paulo”

Exclusão da Polícia Civil em operações fragiliza segurança da população, alerta Sindpesp
Jacqueline Valadares, presidente do Sindpesp, diz que “as forças de segurança precisam trabalhar em sintonia no estado de São Paulo” – Crédito: Arquivo Pessoal

O Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp) defende o trabalho integrado entre as instituições. A exclusão da Polícia Civil na operação Fim da Linha, deflagrada recentemente contra empresas suspeitas de ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC) no estado, não foi bem vista pela Polícia Judiciária.

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Também a declaração do secretário de Segurança Pública do Governo de São Paulo, Guilherme Derrite, de que “a Polícia Militar (PM) vai assumir o protagonismo do combate ao crime organizado”, não contribuiu para um melhor entendimento sobre a questão.

Segundo a análise de autoridades e de especialistas da área, tal decisão constitui usurpação de funções da Polícia Civil, o que pode comprometer, na ponta, a segurança da população.

Para aumentar a tensão, causou preocupação à entidade a informação de que a PM “está sendo preparada para elaborar os Termos Circunstanciados (TCs)”, que são registros de ocorrências de menor gravidade e que são de responsabilidade da Polícia Civil, a quem cabe a tarefa de Polícia Judiciária.

Presidente do Sindpesp faz alerta

A presidente do Sindpesp, delegada Jacqueline Valadares, ressalta que “as forças de segurança precisam trabalhar em sintonia, harmonia e sinergia no estado de São Paulo. À Polícia Civil cabe o papel de investigar e de promover operações. À PM cabe o trabalho nas ruas, de patrulhamento ostensivo e preventivo”.

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Valadares alerta ainda que “quando o Estado passa a transferir atribuições da Civil para a Militar, a própria PM fica sem fazer o que, prioritariamente, é de sua alçada. Isso pode fragilizar ainda mais a estrutura policial como um todo. Sem contar que, a ponta, que é a população, que tanto clama por segurança, será prejudicada. Cabe à Secretaria de Segurança Pública unir as forças policiais e não confundir todo o trabalho”, alerta Jacqueline.

Déficit na Polícia Civil

A presidente do Sindpesp lembra a urgência da contratação de mais policiais civis, que atuam no limite de suas forças, com sobrecarga de trabalho.

“Não adianta distribuir atribuições de uma instituição para outra. É urgente a recomposição dos quadros da Polícia Civil. Hoje, o déficit é de 17.324 profissionais. Recentemente, o Governo de São Paulo autorizou a nomeação dos aprovados no concurso de 2022, ou seja, de um certame que se arrasta há dois anos”.

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Valadares ainda salienta que o governo, porém “não chamou todos os remanescentes aptos à contratação. Esse é outro problema para o qual precisamos de solução”.

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