O Ministério Público denunciou nesta quinta-feira (10) à Justiça o vereador de São Paulo, Camilo Cristófaro (Avante), pelos crimes de injúria racial e ameaça. O parlamentar teria ofendido a auxiliar de enfermagem Dilza Maria Pereira com palavras como “negra safada” e “ladra”.
Aos policiais, Dilza contou que, durante o seu trabalho na Associação dos Recicladores do Parque do Gato, na região do Bom Retiro, foi abordada e ofendida pelo vereador. Segundo trechos do boletim de ocorrência eletrônico, o parlamentar teria dito que a vítima é “uma nega safada, que está roubando a comunidade no valor de R$ 4.000 por mês por pessoa”, “negra traficante, safada, bandida” e “negra golpista e oportunista”.
O promotor Bruno Orsini Simonetti, do Gecradi (Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância), pede que o vereador pague indenização à mulher por danos morais e perca o cargo público.
Em sua denúncia, o promotor afirma que o vereador, além de proferir injúrias racistas, fez ameaças a Dilza. O vereador, conforme escreveu Simonetti, anunciou à mulher: “Eu sou sobrinho do subprefeito da Sé que está vindo aí te prender”.
O promotor ainda afirmou que “as injúrias racistas e a ameaça levaram a vítima, amedrontada, a fugir do local. As condutas típicas foram praticadas na presença de, ao menos, sete pessoas que frequentavam a associação, tornando o dano à honra subjetiva da vítima ainda mais grave”.
O vereador também é investigado pela Polícia Civil em outro inquérito e responde a um processo de cassação na Corregedoria da Câmara Municipal por ter dito a frase “não lavaram a calçada, é coisa de preto”, durante uma sessão no dia 3 de maio.
O vereador Camilo Cristófaro vazou uma fala racista no microfone da Câmara Municipal de São Paulo.
Ele disse: “Eles arrumaram e não lavaram a calçada. É coisa de preto, né?”.O vereador ainda tentou se justificar dizendo que não era racista e por isso é contra o Bolsonaro. pic.twitter.com/cRFEAymiIF
— Sonaira Fernandes (@Sonaira_sp) May 3, 2022