Susane Muratori, conhecida por morar em uma unidade do McDonald’s do Rio de Janeiro com a filha, foi solta pela Justiça após ter sido presa por injúria racial na última sexta-feira (30). A mulher foi proibida de frequentar o local, mesmo como cliente.
Injúria racial
Susana foi presa em flagrante na última sexta-feira (30). Uma adolescente disse que foi chamada de “pobre, preta, nojenta” pela mulher. Além disso, ela também teria xingado o grupo de cinco amigas, chamando-as de “pobres e faveladas“.
De acordo com as jovens, a mulher e sua filha, Bruna Muratori, se incomodaram com as risadas das meninas e começaram a gravar as adolescentes. “Ela chegou pra gente e falou: ‘abre a boca agora, suas fedelhas’. Chegou pra minha amiga e disse: ‘sua preta’. Ela falou pra minha amiga: ‘preta nojenta’. Depois chamou a gente de ‘vagabundinha’. Ela falou isso pra adolescentes”, disse uma das jovens.
A mulher de 65 anos foi presa em flagrante por injúria racial, e sua filha foi liberada porque não houve relato que ela havia proferido as ofensas. Em depoimento, Susana afirma que foi chamada de “velha coroca” pelas meninas, e negou que tenha cometido ofensas raciais.
A audiência de custódia aconteceu neste sábado (31). A juíza Ariadne Villela Lopes considerou que a idosa não tinha antecedentes, e negou o pedido do Ministério Público de prisão preventida.
Ainda assim, a magistrada estabeleceu algumas medidas cautelares: comparecimento mensal em juízo “para informar e justificar suas atividades” pelos próximos 2 anos; proibição de acesso e frequência ao McDonald’s do Leblon pelos próximos 2 anos; proibição de interagir com a adolescente que a denunciou; proibição de se aproximar dela — com um limite de 500 metros.
Vivendo no McDonald’s
O caso de Susana e Bruna chamou a atenção porque as mulheres passavam o dia no local, e dormiam sentadas na calçada enquanto esperavam o McDonald’s abrir. Elas ficavam com suas cinco malas, e se incomodavam com a reação do público.
Após a repercussão do caso, que foi noticiado no início deste ano, Bruna abriu uma vaquinha online e conseguiu arrecadas R$1 mil.
Susane e sua filha já haviam recusado vagas em abrigos e outros serviços de apoio social. A Secretaria Municipal de Assistência Social já chegou a abordar a duplas, que recusou suas ofertas.