placar: 62 x 1

O que acontece com a Sabesp após aprovação da privatização na Alesp?

Após sessão tumultuada, proposta irá para a sanção do governador, Tarcísio de Freitas. Oposição alega inconstitucionalidade e recorrerá ao STF

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(Crédito: Divulgação/Alesp)

Os deputados da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) aprovaram o projeto de privatização da Sabesp nesta quarta-feira (6). A sessão foi marcada por tumulto que suspendeu a discussão (veja o vídeo abaixo).

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O texto recebeu 62 votos favoráveis e um contrário. Os deputados da oposição abandonaram a sessão depois do confronto entre a Polícia Militar e manifestantes. A polícia chegou a jogar spray de pimenta dentro do plenário. Para ser aprovado, o PL precisava de maioria simples dos votos dos presentes.

O que acontece com a Sabesp?

De forma clara e objetiva: nada. A aprovação na Assembleia Legislativa (Alesp), na noite desta quarta-feira (6), do projeto de lei de privatização da Sabesp precisa ser sancionada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), autor do texto.

Independente dos deputados aprovar a privatização da Sabesp, o projeto também precisa, obrigatoriamente, passar pela Câmara de São Paulo. A proposta precisará ser aprovada pelos vereadores, uma vez que a capital paulista representa 44,5% do faturamento da companhia de saneamento.

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Lei municipal

Pela lei municipal, qualquer mudança no controle acionário da Sabesp faz com que a Prefeitura de São Paulo volte a assumir o serviço de água e esgoto na cidade. Mesmo que a proposta seja sancionada, ela não deverá sair do papel antes do primeiro semestre de 2024.

Poucas ou nenhuma empresa teria interesse de comprar a Sabesp sem a fatia da capital.

“Os agentes econômicos, as empresas que quiserem se associar a Sabesp vão ter um prejuízo enorme, porque São Paulo representa 44% do faturamento da Sabesp, que inviabiliza na prática. Agora o projeto de lei ele vai ser aprovado, fica autorizada a privatização, mas ela perde fôlego, perde importância no processo”, diz o vereador Celso Giannazi (PSOL).

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Pela lei municipal atual, o contrato entre a cidade de São Paulo se desfaz automaticamente com a mudança no controle acionário, ou seja, com a privatização.

“Art. 2º. Os ajustes que vierem a ser celebrados pelo Poder Executivo, com base na autorização constante do ‘caput’ do art. 1º, serão automaticamente extintos se o Estado vier a transferir o controle acionário da SABESP à iniciativa privada”, diz o artigo que rompe o contrato.

Nesta quinta-feira (07) está marcada uma audiência pública para falar sobre os rumos do saneamento da capital diante da privatização da Sabesp.

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