A PGR enviou, nesta segunda-feira (4), um documento para o STF onde pede para ouvir o ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil sobre uma suposta interferência de Jair Bolsonaro (PL) na estatal de energia. O pedido veio após uma reportagem do jornal Metrópoles mostrar prints de um grupo privado de WhatsApp em que o ex-presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, e o ex-presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, conversam e Castello Branco afirma ter mensagens e áudios que incriminariam o presidente.
Segundo o pedido requerido pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o material revelado pela reportagem sinaliza uma tentativa do Presidente de interferir na Petrobras com “nítido propósito meramente eleitoral e desvirtuado da dinâmica constitucional“.
Apesar disso, a PGR não considera o material suficiente para se instaurar uma investigação. Porém, a vice-procuradora geral da República, Lindôra Araujo, ouvir o ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil é necessário para “formar um acervo minimamente seguro para o posicionamento do Ministério Público a respeito da possibilidade de instauração de uma investigação criminal com alguma plausibilidade probatória e empiricamente justificável.”
Nas supostas mensagens pelo Metrópoles, o ex-presidente da Petrobras responde diretamente à Rubem Novaes afirmando “No meu celular corporativo tinha mensagens e áudios que poderiam incriminá-lo. Fiz questão de devolver intacto para a Petrobras”, se referindo à Jair Bolsonaro. Em outra mensagem direcionada a Novaes, Castello Branco chama Bolsonaro de “Presidente psicopata.”
Ex-presidente da Petrobras, em mensagem de whatsapp com Rubem Novaes, chamou Bolsonaro de psicopata e disse que não faltou oportunidade para incriminá-lo. Castello Branco não pode prevaricar, precisa desembuchar, e o celular com provas do crime tem que ser periciado!
— Ivan Valente (@IvanValente) July 2, 2022
Sobre o caso, a PGR quer ouvir Castello Branco para esclarecer quais são essas mensagens incriminatórias que ele alega ter e os contextos delas. Já de Novaes, se ele tinha conhecimento dessas tais mensagens e qual era a natureza de sua conversa com o ex-presidente da Petrobras.
PGR pede ao STF para ex-presidentes da Petrobras e do BB prestarem depoimento sobre suposta interferência de Bolsonaro.
Ex-presidente da companhia, Roberto Castello Branco disse ter provas que incriminariam chefe do Planalto (Globo)— Blog do Noblat (@BlogdoNoblat) July 4, 2022