tráfico de drogas

Polícia Federal prende 16 envolvidos em esquema de troca de etiquetas de malas em SP; saiba mais

O esquema levou duas brasileiras injustamente à prisão em Frankfurt, na Alemanha, em março deste ano

A Polícia Federal prendeu 16 pessoas por tráfico internacional de drogas, envolvendo um esquema de troca de etiquetas de bagagens
Os mandados de prisão preventiva cumpridos pela Polícia Federal (PF) fazem parte da Operação Efeito Colateral. (Crédito: Divulgação/PF)

Nesta terça-feira (18), 16 pessoas foram presas por três casos de tráfico internacional de drogas, que resultaram no envio de 120 quilos de cocaína para a Europa, por meio do Aeroporto Internacional de Guarulhos. Os mandados de prisão preventiva cumpridos pela Polícia Federal (PF) fazem parte da Operação Efeito Colateral e, até o momento, duas pessoas estão foragidas, sendo um mandante e um executor, cujos mandados são de prisão temporária.

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O esquema de tráfico levou as brasileiras Kátyna Baía e Jeanne Paollini injustamente à prisão em Frankfurt, na Alemanha, em março deste ano. Embora a polícia alemã tenha encontrado cocaína em malas que tinham os nomes das brasileiras, investigações mostraram que as malas não pertenciam a elas, e que as etiquetas de identificação foram retiradas de suas bagagens originais e colocadas em outras que continham a droga.

Os responsáveis pelo esquema atuavam em Guarulhos há, pelo menos, dois anos, e foram identificados e presos. Kátyna e Jeanne foram soltas e voltaram ao Brasil após a PF comprovar a troca de etiquetas e, consequentemente, a inocência das mulheres. Com as investigações, a polícia revelou que a quadrilha também enviou entorpecentes para Portugal, em outubro de 2022, e para a França, em março deste ano.

Acredito que nos próximos dias consigamos prender os dois que estão foragidos e, a partir das provas que coletamos hoje, identificar mais envolvidos”, declarou o delegado da PF Felipe Faé Lavareda de Souza, conforme a Agência Brasil.

Atuação dos criminosos

O oficial relatou que os executores do esquema são funcionários do aeroporto. Os mandantes, porém, não atuavam no terminal, apesar de já terem trabalhado lá. Os criminosos agiam da seguinte maneira: Simulavam um check-in de bagagem no terminal nacional, a droga contida nas malas era enviada até a área restrita no aeroporto e, uma vez no loca, alguém pegava a bagagem e desviava para o setor internacional, onde a droga era embarcada para a Europa.

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Já no destino, a operação se repetia e, assim que todos os passageiros terminavam de retirar suas malas da esteira, os membros da quadrilha no local pegavam as bagagens que sobraram com a droga e retiravam antes, ou deixavam que fossem para o setor de perdidos. Segundo o delegado, o grupo que atua no aeroporto do destino está sendo investigado.

A Polícia Federal acredita que é possível que haja relação do grupo com uma facção criminosa de São Paulo. Ainda como parte da operação, o órgão cumpriu 27 mandados de busca e apreensão.

Para Cristiano Pádua da Silva, delegado da Regional de Polícia Judiciária da PF, é importante ressaltar que a polícia não é responsável por implementar medidas de prevenção a esse tipo de crime. Cabe às companhias áreas e à concessionária do aeroporto a responsabilidade de estabelecer as diretrizes para tal.

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O que podemos fazer é orientar para que seja feita uma seleção rigorosa dos trabalhadores que serão contratados para esse serviço. Sabemos também que estão sendo implantadas, gradualmente, câmeras de corpo para os funcionários que atuam nessas funções, principalmente nas áreas restritas”, disse.

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