
Em meio à discussão sobre o projeto de lei que visa endurecer a legislação contra o aborto no Brasil, a série “O Conto da Aia” surge como um símbolo poderoso na luta contra essa proposta. O projeto, de autoria do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), equipara o aborto a homicídio após a 22ª semana de gestação, inclusive em casos de estupro.
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Para muitos, a distopia retratada em “O Conto da Aia” serve como um alerta sobre os perigos de restringir a autonomia reprodutiva das mulheres. Na série, ambientada em um futuro distópico, os Estados Unidos se transformam em Gilead, uma República de Gileade teocrática e totalitária onde as mulheres são subjugadas e o aborto é crime.
Um mundo distópico de ‘O Conto da Aia’
A série, que estreou no Brasil em 2017 e teve cinco temporadas de sucesso, é baseada no livro homônimo de Margaret Atwood, publicado em 1985. A trama gira em torno de June Osborne (Elisabeth Moss), uma ex-editora de livros que, em Gilead, é forçada a se tornar uma “Aia”, serva sexual dos líderes do regime.
Se deixarem os reacionários aprovarem leis baseadas em fanatismo religioso e misoginia, muito em breve transformarão o Brasil na República de Gilead (assistam ‘The Handmaid’s Tale’ – O Conto da Aia). pic.twitter.com/3TzLD3WswD
— Gustavo Veloso ⛵️ (@g_vgouvea) June 14, 2024
Em um mundo marcado pela infertilidade e pela opressão religiosa, as Aias, como June, são violentadas e controladas pelo governo. Essa realidade sombria serve como um lembrete das consequências que leis como o PL 1.904/2024 podem ter.
A escolha da UERJ de incluir o livro “O Conto da Aia” em sua prova de redação do vestibular deste ano demonstra a importância da obra em abrir debates sobre os direitos das mulheres e os perigos do totalitarismo.
*texto sob superisão de Tomaz Belluomini
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