
Nesta sexta-feira (13), a bancada do PSOL, na Câmara dos Deputados, entrou com um pedido de apuração no Supremo Tribunal Federal (STF) para analisar uma fala considerada racista feita pelo presidente Jair Bolsonaro (PP).
A notícia-crime foi destinada ao presidente do STF, ministro Luiz Fux, e pede a investigação do caso que aconteceu ontem, quinta-feira (12), quando Bolsonaro disse que seu apoiador pesava “mais de 7 arrobas”.
Ação foi protocolada no STF por ato racista em conversa com simpatizantes no cercadinho do Palácio da Alvorada.Rindo, o presidente perguntou quantas “arrobas” um apoiador negro, q estava presente, pesava. “Conseguiram te levantar, pô? Tu pesa o quê, mais de sete arrobas, não é?”. pic.twitter.com/qTydA5Yozi
— PSOL na Câmara (@psolnacamara) May 13, 2022
Não é a primeira vez que isso acontece. Outra fala racista aconteceu no dia 3 de abril de 2017 no Rio de Janeiro. Durante uma palestra, Bolsonaro declarou que foi visitar uma comunidade quilombola e que o “afrodescendente mais leve de lá pesava 7 arrobas”. Confira um trecho do ano de 2017:
“Isso aqui é só reserva indígena, está faltando quilombolas, que é outra brincadeira. Eu fui em um quilombola [sic] em Eldorado. Olha, o afrodescendente mais leve de lá pesava 7 arrobas. Não fazem nada! Eu acho que nem pra procriador eles servem mais. Mais de R$ 1 bilhão por ano eu gasto com eles”.
Na época, o caso foi parar no STF e a denúncia foi rejeitada por 3 votos a 2. Apesar disso, em seu voto, o ministro do STF, Luís Roberto Barroso, disse que não poderia “passar uma mensagem errada à sociedade”:
“‘Arrobas’ e ‘procriador’ são termos utilizados para se referir a animais irracionais, a bichos e, portanto, eu penso que equiparar pessoas negras a bichos, em tese, para fins de recebimento de denúncia, seja um elemento plausível de violação do artigo 20 da lei de crime racial.”