asteroide Bennu

Amostras de asteroide levam à descoberta de um novo mundo oceânico

Os resultados apontam para um passado aquoso que poderia redefinir nosso entendimento dos primeiros dias do Sistema Solar

Essas amostras não só contêm fosfato de magnésio e sódio mas também trazem novas evidências sobre a hidratação dos planetesimais
Essas amostras não só contêm fosfato de magnésio e sódio mas também trazem novas evidências sobre a hidratação dos planetesimais – Crédito: Erika Blumenfeld e Joseph Aebersold / NASA

A missão OSIRIS-REx da NASA revelou dados surpreendentes após o retorno de amostras do asteroide Bennu. Os resultados apontam para um passado aquoso que poderia redefinir nosso entendimento dos primeiros dias do Sistema Solar. Dante S. Laureta, líder da pesquisa, junto com Harold Connolly, destacou a descoberta de fosfatos alterados por água nas rochas analisadas, um achado que contrasta com as expectativas iniciais baseadas em observações de longa distância.

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Essas amostras não só contêm fosfato de magnésio e sódio mas também trazem novas evidências sobre a hidratação dos planetesimais, os blocos construtores dos planetas, durante as fases mais primordiais do Sistema Solar. Este achado é crucial para entender melhor a distribuição de água no jovem sistema solar e seus efeitos na formação planetária.

Qual é a importância das amostras trazidas do Bennu?

Os cientistas há muito suspeitam que a água desempenhou um papel fundamental na formação de ambientes habitáveis no nosso sistema solar. Com a confirmação de minerais tipicamente formados na presença de água, as rochas de Bennu oferecem um vislumbre sem precedentes de como a água pode ter sido distribuída entre os corpos planetários há bilhões de anos.

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No amanhecer do Sistema Solar, há aproximadamente 4,565 bilhões de anos, ocorreu um intenso período de formação e destruição de pequenos corpos chamados planetesimais. Esses corpos colidiram uns com os outros, levando à criação de planetas e outros corpos menores. Alguns desses planetesimais, conforme indicam as amostras de Bennu, estavam repletos de água, o que sugere que a presença de água era mais comum naquela época do que se pensava anteriormente.

Como isso afeta nossa compreensão do surgimento da vida?

O estudo desses materiais não é apenas uma janela para o passado geológico do espaço. Os fosfatos, por exemplo, são importantes porque podem agir como catalisadores para a formação de moléculas orgânicas complexas, que são os blocos construtores da vida. Assim, entender como esses minerais interagiam em ambientes ricos em água no espaço pode oferecer pistas cruciais sobre como a vida pode ter começado não só na Terra mas em outros planetas.

Além disso, ao estudar a composição química e a mineralogia dessas amostras primitivas, os cientistas podem começar a compreender as condições sob as quais os primeiros organismos vivos poderiam ter se formado. O fato de tais minerais terem sobrevivido à jornada espacial até a Terra nos dá esperança de que futuras missões possam trazer ainda mais respostas sobre as origens da vida.

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