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Dia Mundial da Água: metrópoles ao redor do mundo correm risco iminente de escassez

Desde oceanos até os aquíferos, a contaminação e uso ineficiente de água por fábricas e atividades agrícolas proporcionam um futuro sombrio

O maior bem da Terra. O que permite que a vida aflore. 22 de março é reservado para que relembremos a importância da água na manutenção do nosso planeta e nossa sociedade. Mesmo com isso em mente, a crescente população e atividade industrial e agropecuária não levam em conta a natureza finita desse elemento.
São Paulo também corre perigo de seca – Créditos: Getty Images

O maior bem da Terra. O que permite que a vida aflore. 22 de março é reservado para que relembremos a importância da água na manutenção do nosso planeta e nossa sociedade. Mesmo com isso em mente, a crescente população e atividade industrial e agropecuária não levam em conta a natureza finita desse elemento.

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Desde oceanos até os aquíferos, a contaminação e uso ineficiente de água por fábricas e atividades agrícolas proporcionam um futuro sombrio. Segundo a World Wide Fund for Nature (WWF), 70% da água utilizável do mundo vai para a agropecuária. Deste número 60% é desperdiçado, resultado de métodos e processos infrutíferos de plantações e criações de gado. Para a ONG, caso o ritmo continue, em 2025, dois terços da população mundial podem sofrer com escassez hídrica em diversas escalas.

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Para algumas cidades, o panorama já é muito mais palpável:

Cidade do México

Talvez o local com a situação mais alarmante, a capital mexicana, com sua enorme população de 22 milhões de habitantes, já vê no horizonte próximo um “dia zero” de escassez hídrica. Diversas áreas já enfrentam episódios de falta de água que, por vezes, duram semanas.

É uma situação “sem precedentes”, disse Rafael Carmona, do sistema de abastecimento SACMEX, à Reuters. O problema pode ser rastreado para dois principais problemas, a seca que assola o país e o massivo desperdício tanto dos sistemas de abastecimento quanto dos moradores.

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“Tivemos muitos vazamentos subterrâneos. Alguns números mostram que quase 40% da água desperdiçada na cidade vêm destes vazamentos. Há também vazamentos residenciais”, completou Carmona.

Bengaluru

Na cidade indiana, mais da metade da água potável é desperdiçada. Além disso, 85% dos lagos do local são utilizados para irrigação de campos agrícolas ou indústrias. Outro agravante é o rápido crescimento populacional, que pode chegar a 20 milhões de habitantes em 2031.

Assim como a Cidade do México, a infraestrutura completamente precária e a inabilidade de captar a água pluvial fazem com que os moradores da metrópole contratem serviços particulares de abastecimento, geralmente por preços exorbitantes.

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Cairo

A capital egípcia, famosa por ser a dádiva do Rio Nilo, que abastece 97% da população, sofre com a alta poluição hídrica e o uso desenfreado do recurso para a agricultura. Segundo a ONU, o Egito é um dos países de renda baixa/média com maior número de mortes por poluição da água.

O órgão também alerta para o risco de uma escassez significativa a partir de 2025.

São Paulo

A metrópole é a cidade brasileira com o risco mais iminente. Comportando quase 13 milhões de habitantes, a cidade possui uma baixa disponibilidade de água per capita. Em entrevista ao Perfil Brasil, o direto-executivo da Associação e Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (ABSCON SINDCON), Percy Soares Neto, explicou que a “situação é crítica”.

Percy também afirmou que a melhoria na estrutura de captação de águas pluviais e uso de mananciais no abastecimento de represas é uma prioridade para os órgãos públicos municipais e estaduais. Recentemente, a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou o projeto de privatização da Sabesp, empresa estadual de saneamento básico.

O diretor-executivo também chama atenção para o mapeamento de fontes de água reserva, ou backups, caso os mananciais principais não forneçam o suficiente.

Por fim, ele lembra as pequenas medidas que os moradores podem tomar para que o uso hídrico torne-se mais consciente, principalmente no outono, estação seca. Fechar a torneira do chuveiro ao ensaboar-se e utilizar a água de máquinas de lavar para outros tipos de limpeza, como de automóveis e da casa podem poupar tanto o planeta quanto o bolso,

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