O mandato do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acabou no começo desta semana. Porém, o ex-ator não deixará o comando do país mesmo após sua expiração. Isso dá-se pelo período de guerra que a Ucrânia vive com a Rússia desde fevereiro de 2022, fazendo com que as autoridades instaurassem uma lei marcial, que proíbe novas eleições.
A falta de um novo pleito, geralmente em 31 de março, não era nenhuma novidade. Em novembro de 2023, Zelensky já havia anunciado a impossibilidade de novas eleições durante a fase enfrentada pelos ucranianos.
“A Constituição ucraniana deixa isso claro. O presidente não perde automaticamente seus poderes 5 anos após a posse. Esses poderes são removidos apenas quando o novo presidente eleito assume o cargo, ou seja, após as eleições”, afirmou Andriy Mahera, do Centro de Política e Reforma Legal em Kiev.
I had a call with Prime Minister @mohamedshia and thanked Iraq for supporting Ukraine’s sovereignty and territorial integrity, as well as key UN General Assembly resolutions on Russian aggression.
Our Peace Summit is aimed at restoring peace based on UN Charter principles, and I… pic.twitter.com/XImz0euAMo
— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) May 21, 2024
Aprovação de Zelensky ainda é alta
Mesmo com a queda do índice, cerca de 65% dos ucranianos ainda acreditam que Volodymyr Zelensky é o melhor nome para guiá-los. Este número chegou a 90% nos meses posteriores à invasão russa. “Para os ucranianos, a prioridade é vencer a guerra e depois fazer uma eleição”, explica Anton Hrushetskyi, chefe do Instituto Internacional de Sociologia de Kiev.
A logística de realizar um processo eleitoral neste neste contexto também beira o impossível. Além de ter um quinto de seu território ocupado por forças da Rússia, milhares de soldados da ucrânia estão na linha de frente e não podem se locomover para registrar seus votos.
Mesmo com um novo pleito, a possibilidade de que Zelensky fosse eleito novamente é alta. “Mesmo se tivéssemos eleições amanhã, seria o Zelensky de novo. Apenas no fim da guerra a atitude vai mudar e as pessoas vão começar a perguntar o que vêm guardando para tempos de paz”, disse o renomado autor ucraniano Andriy Kurkov. “Não há presidente alternativo”, completou.