
Recentemente, uma investigação realizada pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) revelou dados preocupantes sobre algumas das marcas de pão de forma mais vendidas no Brasil. De acordo com os resultados, certas marcas continham teores de álcool tão elevados que poderiam inclusive influenciar o resultado de testes do bafômetro após o consumo de apenas duas fatias.
Como foram realizados os testes de teor alcoólico?
O estudo da Proteste analisou dez marcas líderes de mercado, dentre as quais seis – incluindo nomes conhecidos como Visconti, Bauducco e Panco – apresentaram níveis de álcool que as classificariam como bebidas alcoólicas, caso fossem regidas pelas mesmas leis que as bebidas. A análise acende um alerta sobre os ingredientes e processos utilizados na fabricação desses produtos amplamente consumidos.
Quais são as marcas de pão com alto teor de álcool?
A Proteste identificou que as marcas Bauducco, Visconti e Wickbold 5 Zeros tinham concentrações de álcool acima de 0,44g por 50g de produto (equivalente a duas fatias), quantidade suficiente para possivelmente afetar motoristas no teste do bafômetro. A presença de álcool, segundo a entidade, é resultado do processo natural de fermentação dos pães, contudo, a quantidade excessiva pode indicar o uso de conservantes que estabilizam o álcool presente.
Qual é o risco de consumir esses pães de forma?
O consumo desses produtos pode, em teoria, colocar certos grupos de consumidores em risco, como aqueles que evitam álcool por motivos de saúde, convicções religiosas ou mesmo por dirigirem regularmente. A Proteste, preocupada com os direitos do consumidor e a transparência, lançou a campanha “Se tem Álcool, todo mundo tem direito de saber”. Essa iniciativa busca conscientizar os consumidores sobre os produtos que estão levando para casa.
Diante dos resultados, a Proteste comunicou as descobertas às entidades reguladoras, incluindo o Ministério da Agricultura, Pecuária de Abastecimento (MAPA) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), solicitando que se estabeleça um limite máximo de álcool permitido em pães e que se intensifiquem as fiscalizações.
As empresas mencionadas no relatório têm se manifestado sobre o estudo, reforçando a conformidade com as regulações vigentes e a segurança alimentar como pré-requisitos das suas produções. Cada uma delas destacou o seu compromisso com a qualidade e indiciou desconhecimento sobre a metodologia do estudo realizado pela Proteste.
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