Recorrer ao trabalho como microempreendedor individual (MEI) tem sido a saída para muitos profissionais demitidos no Brasil. Uma pesquisa divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (21) aponta um panorama interessante sobre essa tendência.
Por Que Profissionais Demitidos Estão Se Tornando MEIs?
De acordo com o levantamento, o Brasil registrou 2,6 milhões de novos MEIs em 2022. Desses, quase 1,7 milhão, ou 63,4%, eram profissionais que haviam sido desligados de empregos formais anteriormente. Isso indica uma busca crescente pelo empreendedorismo como alternativa após a demissão.
Uma parcela significativa dessas demissões – cerca de 60,7% – foi decidida pelos antigos empregadores, muitas vezes por justa causa. Já 24,8% dos profissionais optaram por deixar seus empregos antes de migrar para a categoria MEI.
O Que Impulsiona o Empreendedorismo por Necessidade?
Thiego Gonçalves Ferreira, analista da pesquisa do IBGE, destacou que esses dados evidenciam o fenômeno do empreendedorismo por necessidade. Isso ocorre quando profissionais, pressionados pelas circunstâncias, buscam urgentemente uma nova fonte de renda. Para muitos, o empreendedorismo é mais uma urgência do que uma escolha voluntária.
Quem São os MEIs no Brasil?
O estudo do IBGE, denominado Estatísticas dos Cadastros de Microempreendedores Individuais, revela que 78% dos MEIs registrados em 2022 tinham experiência prévia no mercado de trabalho formal. Isso equivale a 2,1 milhões de pessoas do total de 2,6 milhões de novos registros.
- Experiência prévia no mercado de trabalho formal: 78%
- Faturamento anual máximo: R$ 81 mil
- Atuação em residência: 38%
- Idade média: 40,8 anos
Quais as Profissões Mais Comuns entre os MEIs?
O levantamento de 2022 mostrou que os cabeleireiros e outros profissionais de tratamento de beleza lideram o ranking das profissões mais comuns entre os MEIs, totalizando 1,3 milhão de registros ou 9% do total. Além disso, 13,5% dos MEIs têm ensino superior completo, evidenciando a diversidade de perfis educacionais nessa categoria.
- Cabeleireiros e profissionais de beleza: 1,3 milhão (9%)
- MEIs com ensino superior completo: 13,5% (1,4 milhão)
No cenário atual, a figura do MEI se consolida como uma importante alternativa para profissionais que buscam manter sua independência financeira e enfrentar os desafios do mercado de trabalho no Brasil. Você conhece alguém que se tornou um MEI após a demissão?
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