A WeWork, empresa norte-americana de aluguel de espaços de coworking, entrou com pedido de falência na noite de segunda-feira (6), nos Estados Unidos (EUA).
A empresa aderiu ao Capítulo 11, regra jurídica das leis de falência dos EUA que permite o devedor manter as operações e adiar os prazos de pagamento, enquanto busca sanar as dívidas financeiras, antes de falir realmente.
O processo se assemelha com a recuperação judicial no Brasil. Ou seja, na prática, a empresa não faliu, mas entrou com um pedido de proteção contra uma possível falência.
O balanço financeiro da companhia foi prejudicado nos últimos meses por conta da pandemia da Covid-19. Como muitos escritórios optaram por trabalhar de casa, os donos das empresas decidiram por rescindir o contrato de aluguel, prejudicando a economia da WeWork.
Embora a WeWork tenha tido algum sucesso ao contratar grandes conglomerados como clientes, muitos dos seus clientes eram startups e pequenas empresas, que reduziram os seus gastos à medida que a inflação disparava e as perspectivas econômicas locais pioravam.
Somando-se aos problemas, estava ainda a concorrência de seus próprios proprietários. Antigamente, as grandes imobiliárias faziam apenas contratos de longo prazo, e nos últimos anos, passaram a também oferecer serviços de curto período — modelo de negócio da WeWork. Isso ampliou a competição no setor.
Pouco antes da WeWork pedir falência, Adam Neumann, o fundador da WeWork, disse em comunicado: “Acredito que, com a estratégia e a equipe certas, uma reorganização permitirá que a WeWork emerja com sucesso”.
O problema financeiro da companhia refletiu na cotação das ações da empresa, negociada na bolsa norte-americana New York Stock Exchange. Entre janeiro e novembro, o preço dos papéis caíram 98,5% — o que antes custava US$ 56 (R$ 273,36), hoje está a US$0,80 (R$ 3,91).
Judge orders WeWork to cough up financial records related to broken lease at NYC skycraper https://t.co/IwoIvRmBTx pic.twitter.com/jw84nAeblL
— New York Post (@nypost) November 7, 2023