Governo estuda mudanças para trabalhadores que recebem abono salarial

As reformas governamentais brasileiras se concentram em políticas de apoio ao trabalhador. Melhorias esperadas na área incluem visibilidade

Abono Salarial PIS/Pasep 2024: Saiba até quando sacar e quem tem direito
Abono Salarial PIS/Pasep 2024: Saiba até quando sacar e quem tem direito- Créditos: depositphotos.com / rafapress

A equipe econômica do governo brasileiro está discutindo uma reformulação significativa dos programas de apoio ao trabalhador, incluindo o seguro-desemprego, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e o abono salarial. A proposta busca melhorias na visibilidade dessas políticas e incentivos que auxiliem os trabalhadores a retornarem ao mercado de trabalho e elevarem sua produtividade.

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Entre as hipóteses debatidas, destaca-se a possibilidade de substituir o pagamento anual do abono salarial por um adicional mensal, recompensando a assiduidade do trabalhador. Essa iniciativa faz parte de um esforço maior de revisão de gastos que a equipe econômica quer intensificar, impactando de maneira considerável as finanças públicas até 2025.

Programas de apoio ao trabalhador: novo desenho em análise

Atualmente, o debate sobre como redesenhar as políticas de apoio ao trabalhador está em alta. A redução do desemprego e o aumento da massa salarial criam uma ocasião para essas mudanças. Segundo Gustavo Guimarães, secretário-executivo do Ministério do Planejamento, a meta é atrair mais pessoas ao mercado de trabalho e aumentar a produtividade dos trabalhadores.

Como a revisão de gastos será implementada?

A potencial economia resultante dessa reformulação viria da unificação dos diversos programas de apoio, eliminando assim pagamentos sobrepostos. A ideia central é que trabalhadores que recebam benefícios de programas com objetivos semelhantes passem a ser contemplados por uma única política. Entretanto, a premissa é avançar sem retirar direitos dos trabalhadores.

Além disso, para evitar possíveis judicializações que possam resultar em altas despesas para o governo, a revisão deve ser realizada com cautela. Qualquer mudança deve ser cuidadosamente estruturada para minimizar o risco de contestações judiciais.

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Quais são os principais programas alvos das reformas?

Além do abono salarial, outros programas como o Simples Nacional e o Fundeb estão na lista de prioridades para revisão. Uma das ideias é estabelecer novos critérios de correção das despesas que hoje estão atreladas à inflação ou ao crescimento das receitas, o que se mostra incompatível com o atual quadro fiscal.

  • Abono Salário: Adicional mensal como prêmio por assiduidade ao invés de pagamento anual.
  • Simples Nacional: Revisão do limite de faturamento anual e criação de estímulos para a expansão das empresas.
  • Fundeb: Adotar critérios de meritocracia ou desempenho escolar, além de redirecionar parte dos recursos para outras despesas do Ministério da Educação.

Impacto na educação e outras políticas

O Fundeb é um exemplo crítico. Os repasses ao fundo têm aumentado drasticamente, passando de R$ 32,8 bilhões em 2022 para valores projetados de R$ 54 bilhões em 2025. Segundo a ministra do Planejamento, Simone Tebet, esses aumentos ocorrem num contexto de diminuição do número de crianças, sem, contudo, apresentarem melhorias significativas na qualidade educacional.

Discutem-se novos critérios para determinar os repasses ao Fundeb, como a proporção do Produto Interno Bruto (PIB). A adoção de um critério diferente permitiria continuar o aumento per capita de investimento na educação, acompanhando a queda no número de alunos.

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Adaptações e melhoria da gestão dos recursos

Entre as propostas estão a introdução de critérios de meritocracia ou desempenho para definir os repasses ao Fundeb. Outras opções incluem direcionar parte dos recursos para despesas discricionárias do Ministério da Educação ou para projetos como o Pé-de-Meia, que incentiva a frequência escolar.

Essas revisões visam não apenas economizar recursos públicos, mas também tornar as políticas mais eficientes e focadas em resultados, sem comprometer os direitos já adquiridos pelos trabalhadores.

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