'trabalhos mais seguros'

Maioria dos trabalhadores autônomos gostaria de ter carteira assinada, diz FGV

Muitos brasileiros desempenham suas funções profissionais como trabalhadores autônomos, diversificando a economia e ampliando as formas de conseguir renda.

Muitos brasileiros desempenham suas funções profissionais como autônomos, diversificando a economia e ampliando as formas de conseguir renda
Muitos brasileiros desempenham suas funções profissionais como autônomos, diversificando a economia e ampliando as formas de conseguir renda – Crédito: Canva Fotos

Muitos brasileiros desempenham suas funções profissionais como trabalhadores autônomos, diversificando a economia e ampliando as formas de conseguir renda. No entanto, a falta de formalização como Microempreendedor Individual (MEI) acaba gerando desafios significativos.

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Embora esta modalidade de trabalho ofereça flexibilidade, uma parcela considerável dos trabalhadores por conta própria realmente deseja mudanças. A pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) revela que cerca de 67,7% desses profissionais gostariam de ter um vínculo empregatício formal.

Por que muitos autônomos buscam a formalização?

Segundo especialistas na área de economia do trabalho, a ausência de proteção e segurança e questões como imprevisibilidade de renda são motivadores importantes que levam esses trabalhadores a desejarem inserção em regimes de trabalhos mais seguros. A pesquisa mostra que quase 45% deles não conseguem prever seu rendimento no mês seguinte.

Com a revolução digital, houve uma grande transformação nos modelos de emprego. A “Gig Economy“, ou a economia dos bicos, caracteriza-se por trabalhos temporários ou freelances. Apesar das oportunidades que esta tendência oferece, Lina Nakata, da FIA Business School, aponta uma declínio nas condições desses trabalhos, fenômeno muitas vezes chamado de uberização do emprego. Esses arranjos muitas vezes não oferecem benefícios básicos aos trabalhadores, colocando-os em uma posição de vulnerabilidade.

Desafios acentuados entre minorias socias

Outro ponto de preocupação é como a informalidade afeta de maneira desigual as minorias sociais. Segundo os dados, 44% dos autônomos sem vínculo formal tem baixo grau de escolaridade e 60% pertencem a raças negras e pardas. Helena Cristina de Mello, economista da PUC-SP, enfatiza que tais condições sociais e educacionais restringem ainda mais a capacidade de negociação e inserção em melhores condições de trabalho.

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Em suma, existe um clamor generalizado por mais segurança e melhores condições por parte dos trabalhadores autônomos no Brasil. Enquanto muitos apreciam a flexibilidade de poderem gerir seus horários e escolherem seus projetos, a instabilidade e a falta de proteções formais são obstáculos significativos que ainda precisam ser superados. As transformações no mercado de trabalho continuam a desafiar tanto trabalhadores quanto formuladores de políticas públicas para buscar soluções inclusivas e justas.

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