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Senado aprova indicados do governo a diretorias do Banco Central

Gabriel Galípolo e Ailton Santos foram aprovados para ocupar a diretoria de Política Monetária

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(O economista, Gabriel Galípolo, exercerá o cargo de diretor de Política Monetária – Crédito: Pedro França/Agência Senado)

O Senado aprovou dois indicados do governo Lula para diretorias do Banco Central pelos próximos quatro anos. O economista, Gabriel Galípolo, obteve 39 votos a 12 e exercerá o cargo de diretor de Política Monetária, houve uma abstenção. Já o auditor-chefe, Ailton Aquino, será o novo diretor de Fiscalização do órgão, ele teve 42 votos a 10 e uma abstenção.

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Pela manhã desta terça-feira (4), eles foram sabatinados e aprovados pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

Galípolo afirmou, durante a sabatina na CAE, que não cabe a um economista impor o destino econômico de um país.

Não cabe a nenhum economista, por mais excelência que ele tenha, impor o que ele entende ser o destino econômico do país à revelia da vontade democrática e de seus representantes eleitos”, afirmou o ex-secretário do Ministério da Fazenda.

Questionado sobre a autonomia do Banco Central, Galípolo afirmou que não é dever de diretores da instituição opinar sobre a medida, mas apenas acatar a legislação. Segundo ele, “isso é visível, inclusive, porque os diretores e o próprio diretor-presidente, sempre estão muito dispostos a dialogar”.

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Galípolo mencionou a trajetória de Campos Neto em relação o crescimento econômico e dívida pública.

“O próprio Roberto [Campos Neto] tem dito, a única solução é crescer mais e para crescer precisa enfrentar essa agenda que muitas vezes é recebida com ceticismo pela dificuldade do que se precisa enfrentar”, declarou.

Déficit de servidores

O indicado para a Diretoria de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino Santos, alertou sobre a diminuição no número de servidores do setor na última década.

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“Não houve aumento do quadro de servidores. Pelo contrário, há 10 anos tínhamos na área de supervisão 1.100 servidores, hoje não chega a 650. Quase um terço desses podem se aposentar ou estão aptos a se aposentar no próximo ano. A média de idade da área de supervisão gira em torno de 50 anos, padrão no restante do Banco Central”, disse.

Ailton de Aquino Santos
Ailton de Aquino Santos aprovado para a diretoria de Fiscalização do BC — Crédito: Pedro França/Agência Senado

Ailton Santos também defendeu um aumento na remuneração dos funcionários da instituição. “Impraticável manter a excelência sem recursos humanos em número, grau, expertise e níveis remuneratórios compatíveis com as responsabilidades alocadas à autarquia. Esses são pontos que precisam ser equacionados”.

As indicações de Galípolo e de Ailton aconteceram durante fortes críticas de Lula e integrantes do governo ao presidente do Banco Central, o economista Roberto Campos Neto, referente a taxa básica de juros, a Selic, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do BC.

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Além de Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e ministros, entre eles, Fernando Haddad (Fazenda) e Carlos Fávaro (Agricultura), têm feito críticas à taxa de juros. Um corte na Selic é esperado em agosto.

O mandato do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, termina no fim de 2024. O nome de Galípolo é cotado para substituí-lo.

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