
A descoberta do ágar (ou ágar-ágar) na microbiologia desempenhou um papel crucial ao introduzir um meio de cultura sólido e estável para o crescimento de diversos microorganismos.
Originado de algas marinhas, o ágar é um componente amplamente utilizado na culinária asiática que facilitou o cultivo controlado de microrganismos em laboratório, possibilitando estudos detalhados de suas características e comportamento. O uso do ingrediente viabilizou o isolamento de diferentes tipos de microrganismos em placas de Petri, essencial para análises específicas e diagnósticos microbiológicos.
Além disso, o ágar contribuiu para o desenvolvimento de técnicas de pesquisa e diagnóstico, incluindo a identificação de agentes infecciosos e testes de sensibilidade a medicamentos.
Qual a história do ingrediente na microbiologia?
A contribuição de Fanny Angelina Hesse, conhecida como Lina, esposa do médico Walther Hesse, foi crucial para a introdução do ágar na microbiologia.
Hesse investigava uma doença pulmonar desconhecida entre os trabalhadores das minas de urânio, que mais tarde foi identificada como câncer.
O casal mudou-se para Berlim, onde Hesse começou a trabalhar no laboratório de Robert Koch, pioneiro da microbiologia e ganhador do Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina em 1905 por identificar o bacilo da tuberculose.
Embora Hesse fosse o cientista oficial da família, Lina trabalhava ao seu lado no laboratório, além de cuidar das tarefas domésticas e da educação dos três filhos.
Trabalhando juntos no laboratório de Koch, em um dia de verão de 1881, após vários experimentos fracassados, Lina sugeriu o uso do ágar como meio de cultura.
Além de resistir às temperaturas necessárias para cultivar microrganismos patogênicos, o ágar facilitou a identificação e análise precisa de bactérias causadoras de doenças.
O impacto da descoberta de Lina
Em certo sentido, a dica culinária de Lina não só influenciou a investigação científica do marido, mas também impulsionou o reconhecimento de doenças como a tuberculose, levando ao desenvolvimento de diagnósticos e tratamentos mais eficazes.
O papel do ágar na ciência foi amplamente subestimado inicialmente, e Lina não foi imediatamente reconhecida por sua contribuição. Apesar disso, com o tempo, a comunidade científica passou a entender profundamente o valor deste meio de cultura.
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