POLÊMICA

“Desprezíveis”, diz J.K. Rowling sobre atores de Harry Potter

Ela criticou os astros por terem se posicionado contra seu discurso, que pretende minar direitos de pessoas trans

J.K. Rowling criticou os astros por terem se posicionado contra seu discurso, que pretende minar direitos de pessoas trans.
J.K. Rowling alfinetou os atores da franquia em entrevista – Créditos: Getty Images

A escritora J.K. Rowling, autora dos livros de Harry Potter, se envolveu em nova polêmica, desta vez criticando os atores dos filmes da saga. J.K. atacou, sem citar nomes, os astros que se posicionaram de forma contrária a ela em relação aos direitos das pessoas trans, causa que ela é publicamente contra.

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Em entrevista à The Times, ela alfinetou Daniel Radcliffe, que interpretou o Harry Potter, e Emma Watson, atriz de Hermione Granger, alegando que ficou surpresa ao ver colegas que desaprovaram dela publicamente ainda checando se eram amigos. “A condenação de certos indivíduos foi muito menos surpreendente para mim do que o fato de alguns deles me terem enviado e-mails, ou mensagens através de terceiros, para verificar se ainda éramos amigos”, afirmou.

Além disso, J.K. Rowling disse que quem discorda de seu posicionamento contra o direito das pessoas trans é “desprezível” em sua visão. “Aqueles horrorizados com minha posição frequentemente falham em compreender o quão verdadeiramente desprezível eu acho a deles”. Ainda, ela ironizou com o discurso dos atores, dizendo que a crença de que este tópico não pode ser alvo de posicionamento contrário seria um perigo para a liberdade de expressão.

J.K. Rowling e suas polêmicas de transfobia

Este é apenas um dos diversos episódios que envolvem a J.K. Rowling e o debate sobre direito das pessoas trans. Durante sua entrevista à The Times, ela afirmou que começou a se posicionar contra o movimento transexual quando percebeu seu suposto perigo. “Eu entendi que o movimento político e social que insistia que ‘mulheres trans são mulheres’ não era nem gentil e nem tolerante, mas na verdade profundamente machista, regressivo e perigoso”, disse.

Este posicionamento começou em 2020, quando através do X (antigo Twitter), ela criticou uma matéria jornalística por utilizar a expressão “pessoas que menstruam”. Logo depois, ela passou a fazer comentários considerados transfóbicos, deixando claro que para ela, mulheres trans estariam prejudicando mulheres cisgêneros ao roubar seus direitos e lutas.

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Depois disso, Rowling nunca mais deixou de se posicionar contra o direito das pessoas trans. Em outubro do ano passado, por exemplo, a escritora disse que iria presa tranquilamente caso transfobia se tornasse um crime. “Aceitaria feliz em cumprir dois anos se a alternativa for o discurso forçado e a negação forçada da realidade e da importância do sexo”, escreveu no X. A fala foi proferida após ela ser questionada sobre o projeto de lei que tramitava no parlamento do Reino Unido, que pretendia tornar crime discurso de ódio contra pessoas transexuais.

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Em março deste ano, ela foi denunciada à polícia britânica por falas de ódio contra India Willoughby, uma jornalista trans. A escritora afirmou que India estaria se passando por uma mulher e nunca seria uma. “India não se tornou uma mulher. India está fazendo cosplay de uma fantasia masculina misógina sobre o que é ser uma mulher”, escreveu no X. Em resposta, a jornalista decidiu denunciar J.K. Rowling por crime de ódio. “J.K. Rowling definitivamente cometeu um crime. Eu sou legalmente uma mulher. Ela sabe que sou mulher e me chama de homem”, disse a repórter em entrevista à Byline TV.

Já em abril deste ano, ela disse que gostaria de ser presa na Escócia, pois o parlamento escocês aprovou a lei que torna crime o discurso de ódio contra pessoas transexuais. “A liberdade de expressão e de crença chegará ao fim na Escócia se a descrição precisa do sexo biológico for considerada criminosa. Estou fora do país, mas se o que escrevi aqui for qualificado como um delito nos termos da nova lei, espero ser presa quando voltar ao berço do Iluminismo Escocês”, escreveu.

*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini

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