
Michael Greene, o ex-CEO da Recording Academy, conhecido principalmente pelo Grammy, enfrenta acusações sérias de uma ex-diretora executiva da mesma instituição, Terri McIntyre, que alega ter sido drogada e sexualmente abusada durante a década de 1990.
McIntyre recentemente acusou Greene, detalhando como o ex-CEO teria a agredido sexualmente várias vezes entre 1994 e 1996, inclusive durante uma viagem de trabalho ao Havaí, na qual ele teria batizado uma de suas bebidas e a abusado. O processo foi aberto em dezembro de 2023 e o julgamento foi marcado pela justiça estadunidense para 20 de julho de 2026.
A ex-executiva afirma que o ex-CEO do Grammy a teria coagido a fazer sexo oral nele como uma forma de crescer no ramo. “Greene repetidamente disse à autora que ela precisava ‘fazer um b***ete para progredir'”, afirma o processo.
A advogada que representa McIntyre disse que não recebeu declarações oficiais dos réus e, por isso, não há possibilidade de mediação até o momento. Além disso, ela ressaltou que mesmo o caso tendo acontecido há muito tempo, isso não diminui sua importância. “Sabemos que os eventos aconteceram há muito tempo, mas isso não dá ao caso menos mérito e não significa que não haja pessoas ainda vivas que foram testemunhas dos eventos que ocorreram”, declarou.
O trauma e o medo de retaliação na sua vida profissional e pessoal são motivos comuns entre as vítimas de crimes sexuais que não reportam o caso quando ele ocorre.
Consequências para o ex-CEO e para a academia
Por mais que a denúncia tenha sido feita em 2023, o julgamento tende a acontecer apenas daqui dois anos. De qualquer forma, se ele for condenado culpado, o ex-CEO do Grammy pode chegar a enfrentar de 6 a 10 anos de prisão.
Com a polêmica posta à mesa, a Recording Academy, sob nova liderança, já adotou uma postura de tolerância zero à má conduta sexual. Em declaração oficial à Rolling Stone, a academia afirma que não responde por aquilo que aconteceu há tanto tempo. “A Academia se recusa a comentar sobre essas alegações, que ocorreram há quase 30 anos. A Recording Academy de hoje tem uma política de tolerância zero quando se trata de má conduta sexual, e permaneceremos firmes nesse compromisso.”
*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini