O Arquivo X é uma série de mistério que fez grande sucesso entre o fim dos anos 90 e o início dos anos 2000. A produção acompanhava dois agentes fictícios do FBI, Fox Mulder e Dana Scully, à medida que eles investigavam casos com elementos paranormais.
Devido à sua proposta, o seriado frequentemente deixava a audiência perplexa com seus enredos, mas nenhum episódio é considerado tão perturbador quanto “Home” (“Lar”, em tradução livre), que faz parte da quarta temporada.
O episódio, vale mencionar, teria sido elogiado pela crítica, mas não foi bem recebido pelos telespectadores, que enviaram cartas à Fox (emissora norte-americana responsável por exibir a série) afirmando que se tratava de uma história “de mau gosto”.
Assim, o controverso “Home” chegou a ser banido de ir ao ar durante as muitas reprises de Arquivo X por conta de sua natureza gráfica e pelas temáticas pesadas que abordava, dentre as quais eram inclusas infanticídio, estupro e incesto, conforme informado pela Rolling Stone.
A história
No fatídico episódio, Mulder e Scully investigam a morte de um bebê que possuía deformações físicas. Seus principais suspeitos são os Peacock, um grupo de irmãos fazendeiros que, assim como a vítima, possuem desfigurações em seu corpo devido a uma doença genética.
A família vive isolada em sua propriedade há mais de uma década, evitando o contato com o mundo exterior, e, conforme é revelado pela dupla de agentes, guarda uma série de segredos macabros.
Eventualmente, os protagonistas descobrem que quem deu a luz à criança morta é a mãe dos irmãos, com o bebê sendo fruto de relações incestuosas. Um detalhe é que a mulher, que não têm pernas e os braços, era tida como falecida há anos.
Charlie Chaplin
Esse polêmico episódio de Arquivo X teria sido inspirado por um relato presente na autobiografia de ninguém menos que o ator e comediante Charlie Chaplin. O ocorrido narrado teria se dado durante a sua juventude, quando ele estava viajando com uma trupe de circo pelo País de Gales.
Na ocasião, Chaplin buscava se hospedar nos locais mais baratos que encontrava, e foi em um deles que conheceu um “meio-homem sem pernas“. O dono da hospedagem introduziu o artista ao homem para lhe perguntar a respeito de circos que poderiam aceitá-lo como parte de seu espetáculo.
“Um meio-homem sem pernas, uma cabeça grande, loira e achatada, um rosto branco doentio, nariz afundado, boca grande e ombros e braços musculosos e poderosos, rastejou de debaixo da cômoda… ‘Ei, Gilbert, pule! ‘ disse o pai e o miserável abaixou-se lentamente, depois ergueu-se pelos braços quase à altura da minha cabeça. ‘Como você acha que ele se encaixaria em um circo? O sapo humano!’ (…) Fiquei tão horrorizado que mal consegui responder. No entanto, sugeri os nomes de vários circos para os quais ele poderia escrever”, conta Chaplin no trecho, conforme repercutiu o site Mental Floss.
O roteirista Glen Morgan, por sua vez, que foi co-autor de “Home”, comentou em uma entrevista que teve a inspiração para a história a partir da leitura do livro: “Acho que li isso há 13 anos e, desde então, pensei: ‘Deus, preciso fazer algo assim!'”, revelou ele.