Desde o início dos confrontos entre Israel e o Hamas em 7 de outubro, aproximadamente 1% da população de Gaza antes da guerra, que era de 2,27 milhões de pessoas, foi morta. Isso representa pelo menos 22.835 pessoas. O número faz parte das estatísticas fornecidas nesta segunda-feira (8), pelo Ministério da Saúde palestino em Ramallah, na Cisjordânia. Os dados derivam das informações divulgadas por hospitais na Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas.
Além disso, a autoridade também divulgou que, do total da população de Gaza, mais 58.416 pessoas foram feridas. Ou seja, mais de um em cada 40 indivíduos residentes no território ficou ferido durante o conflito. Em contrapartida, Israel já apresentou uma estatística diferente.
Em dezembro, as Forças de Defesa de Israel (FDI) comunicaram que acreditam ter tirado a vida de dois civis palestinos para cada membro do Hamas morto. Essa proporção foi descrita como “tremendamente positiva” por um porta-voz das FDI à CNN. Além disso, Israel afirmou que mais de 8 mil dos óbitos registrados fazem parte do grupo armado do Hamas.
🇮🇱 As Forças de Defesa de Israel (FDI) iniciaram uma transição para uma nova e menos intensa fase de hostilidades com o movimento palestino Hamas na Faixa de Gaza, disse o porta-voz das FDI, Daniel Hagari, em uma entrevista ao The New York Times. pic.twitter.com/XH2W9M5GtA
— RT Brasil (@rtnoticias_br) January 9, 2024
Dentre a população de Gaza, a cada 120 crianças, uma vai a óbito
Outro dado alarmante divulgado diz respeito à população infantil. Segundo o Ministério da Saúde palestino, dentre os mortos, mais de 5.300 são mulheres e mais de 9 mil são crianças.
Antes do início da guerra, de acordo com o Unicef, havia em Gaza aproximadamente 1,1 milhão de crianças. Ou seja, o número implica que aproximadamente uma em cada 120 crianças perdeu a vida. Além disso, informações fornecidas pela organização internacional Save the Children apontam que, em média, mais de 10 crianças perdem uma ou ambas as pernas diariamente no enclave desde o mês de outubro.
A Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras aos Refugiados da Palestina (UNRWA) também já indicou 90% da população foi deslocada.
Além disso, outro problema latente é a fome. Martin Griffiths, chefe de ajuda de emergência da ONU, declarou na semana passada que a fome era iminente, uma vez que a população de Gaza confronta-se com os “mais altos níveis de insegurança alimentar registados”.
Segundo o Unicef, as crianças mais jovens estão enfrentando um maior risco de mortalidade devido à fome. “Ao menos 10 mil crianças com menos de cinco anos sofrerão a forma de desnutrição com maior risco de vida, conhecida como emaciação grave, e necessitarão de alimentos terapêuticos”, estimou.
Essa situação de emergência se soma à falta de saneamento e à consequente propagação de doenças contagiosas e respiratórias. Ainda, enfermidades que seriam normalmente tratáveis tornam-se letais devido à escassez dos recursos médicos mais básicos.