Eleitores e apoiadores de Alexei Navalny, principal opositor de Vladimir Putin, morto em 16 de fevereiro, se reuniram para homenagear o ativista neste domingo (17), último dia das eleições presidenciais da Rússia.
As concentrações ocorreram em vários pontos do país e do mundo. Mesmo com a presença de apensa algumas dezenas de pessoas em Moscou, por exemplo, os cidadãos comemoraram a união e homenagem à vida do ativista. “Esta é nossa única oportunidade de expressar nossa opinião”, disse Elena, engenheira de 38 anos.
No túmulo de Navalny, apoiadores colocaram um cartão eleitoral com seu nome como um dos candidatos. Como a Rússia é um país com uma forte opressão política, 74 pessoas foram detidas, segundo órgãos de defesa dos direitos humanos.
Europa
Os movimentos de apoio não restringiram-se apenas ao país da Europa Oriental. Em capitais como Milão e Berlim, eleitores aderiram ao protesto de “Meio-dia contra Putin”, que incentivava os russos fora de seu país a anularem seus votos ou escolherem um dos outro candidatos, apesar de todos serem considerados “fantoches” do presidente, já que alinham-se com o Kremlin.
Yulia Navalnaya, viúva de Alexei, compareceu à aglomeração na capital alemã, sob aplausos e gritos de apoio. “Ela é muito corajosa”, disse um jovem russo ao jornal Berliner Morgenpost.
— Кира Ярмыш (@Kira_Yarmysh) March 17, 2024
Eleições
As eleições presidenciais da Rússia iniciaram-se nesta sexta-feira (15) e devem estender-se até o próximo dia 17. Rotulado por muitos como “encenação”, o pleito servirá apenas para legitimar uma novo mandato do presidente Vladimir Putin, que ocupará o cargo até 2030.
As denominações vêm do fato de que não há um forte concorrente à gestão do russo, revelando o controle da máquina pública e eleitoral. Qualquer opositor que apresente alguma perspectiva é engolido pelo longo, burocrático e rigoroso processo de registro de candidatura.