Fernando Sabag Montiel

Argentina: brasileiro que tentou matar Cristina Kirchner começa a ser julgado nesta quarta (26)

Nas primeiras declarações à imprensa desde sua prisão, Fernando Sabag Montiel afirmou que não se arrepende do crime e explicou que a arma não disparou porque “estava nervoso” e esqueceu de liberar a trava

Argentina: brasileiro que tentou matar Cristina Kirchner começa a ser julgado nesta quarta (26)
Fernando Andrés Sabag Montiel, o brasileiro com nacionalidade argentina que atacou Cristina Kirchner com uma arma – Crédito: Reprodução/Redes Sociais

O julgamento do brasileiro Fernando Sabag Montiel pela tentativa de homicídio da ex-presidente argentina Cristina Kirchner começa nesta quarta-feira (26). A data de início do processo foi anunciada em março deste ano, quase um ano e sete meses depois do atentado.

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Armado e determinado, Montiel se infiltrou em um grupo de apoiadores que estavam diante da casa da ex-presidente. Ele apontou a arma de calibre 38 que estava carregada com cinco balas e tentou disparar várias vezes, sem sucesso, devido à falha mecânica do dispositivo.

A cena causou pânico e confusão, mas, por sorte, não resultou em ferimentos físicos para a vice-presidente na época. Rapidamente, as forças de segurança conseguiram capturar Montiel.

Brasileiro afirma não se arrepender

Nas primeiras declarações à imprensa desde sua prisão, Montiel afirmou que não se arrepende do crime e explicou por que a arma não disparou.

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Em vez de liberar a trava, com todo o nervosismo de estar naquele lugar, eu puxei o ferrolho para trás. Quando apertei o gatilho, a arma não disparou porque, em meio ao tumulto, eu estava nervoso“, relatou.

Ao ser questionado sobre o arrependimento pela tentativa, ele respondeu enfaticamente: “não.” Montiel justificou sua ação como resultado da “situação do país“. Segundo o jornal La Nación, o brasileiro vive na Argentina desde 1993.

Quem são os acusados do ataque?

  • Fernando Sabag Montiel
  • Brenda Uliarte, que era parceira de Montiel
  • Nicolás Carrizo, um amigo do casal

Os três estão atualmente sob custódia preventiva, aguardando o desenrolar do processo judicial. Brenda Uliarte, namorada do brasileiro na época, foi acusada de ser coautora da tentativa de homicídio. A polícia encontrou conversas entre os dois que revelaram o plano para matar a ex-presidente argentina. No dia seguinte ao ataque, a Polícia Federal informou que ela tentou apagar dados do celular de Fernando ao tentar desbloquear o aparelho.

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Apesar de ter afirmado publicamente que não via Montiel dois dias antes do ataque, imagens de câmeras de segurança mostraram o casal junto no transporte público no dia do incidente. Em setembro de 2022, ela foi presa na Argentina.

No início da investigação, o brasileiro alegou ter agido sozinho, tentando inocentar Uliarte. “Eles (Polícia Federal) estão inventando uma história. Brenda Uliarte não teve nada a ver com isso“, declarou ele.

Já Nicolás Carrizo, amigo do casal, também foi implicado. Mensagens encontradas em seu celular mostraram que ele sabia do ataque e chegou a fornecer uma pistola calibre 22, embora esta não tenha sido usada.

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O que se sabe sobre o julgamento?

O julgamento tem grande expectativa de ser um processo longo e detalhado, com a audição de mais de 200 testemunhas e apresentação de ampla evidência contra os acusados.

O Ministério Público será representado pela Procuradora-Geral da República Gabriela Baigún, enquanto Kirchner será representada pelos advogados Marcos Aldazabal e José Manuel Ubeira.

A primeira audiência, que será a única transmitida pelo YouTube durante todo o julgamento, focará na leitura detalhada dos eventos do dia do ataque e nos principais pontos da investigação. Está previsto que as audiências ocorram semanalmente, com duração de aproximadamente 4 horas cada.

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