O Índice de Preços ao Consumidor (INPC) na Argentina registrou a primeira porcentagem de dígito único na inflação mensal do país em seis meses: 8,8% em abril. Entretanto, apesar da sinalização de uma desaceleração dos preços, a taxa de inflação anual é de 289%.
O principal aumento foi no custo de vida, segundo o levantamento. Mais especificamente, em gastos com aluguel, água, eletricidade e gás (35,6%). Alimentos também passaram por uma elevação de preço de acordo com a região do país. No geral, carnes, leite, ovos e verduras ficaram mais salgados.
Porém, os dados do INPC confirmam o cumprimento de um dos objetivos do presidente Javier Milei: a efetuação de superávit fiscal. A redução do consumo tem segurado a inflação, mas, por outro lado, gera debates sobre a qualidade de vida da população.
Alimentos, por exemplo, marcaram um aumento acima da média desde o início de 2024. Abril interrompeu esse movimento com o menor valor de mercado nos últimos 12 meses.
Milei herdou uma grande crise econômica, mas seu governo tem conseguido reduzir a inflação mensal. Dentre as medidas adotadas pelo ultraliberal, destacam-se a desvalorização do peso, o corte de gastos públicos e a proliferação de investidores externos. Com isso, recuperou o valor de ações e títulos e conseguiu absorver a liquidez do mercado.
No final de março, o líder argentino anunciou a demissão de 70 mil funcionários públicos. A medida gerou uma série de reações por parte da população, como uma greve que pode custar até U$500 milhões ao governo de acordo com o Instituto da Universidade Argentina de La Empresa.