INVESTIGAÇÕES

Brasil decide extraditar suposto espião para Rússia e não para os EUA

Sergey Cherkasov permanecerá no país e será extraditado apenas depois que o inquérito contra ele for concluído

Brasil decide extraditar suposto espião para Rússia e não para os EUA
O russo Sergey Cherkasov foi extraditado para o Brasil em 2022 e está preso em Brasília (Crédito Foto: Victor Muller/Facebook/Reprodução)

Um suposto espião russo está preso no Brasil. Sergey Vladimirovich Cherkasov, nascido na Rússia, chegou a viver nos Estados Unidos (EUA), onde dizia ser brasileiro e usava identidade falsa, sob o nome de Victor Muller. Ele é acusado de tentar se infiltrar no Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, Holanda.

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Com este codinome, ele fez pós-graduação na prestigiada Escola de Estudos Internacionais Avançados (SAIS na sigla em inglês) da Universidade Johns Hopkins.

Segundo relatos de alunos da instituição, ele era sociável, inteligente, porém o sotaque confuso chamou a atenção de colegas. Numa ocasião, um estudante perguntou: “Você é russo?”.

Durante o tempo em que esteve nos EUA, Cherkasov usava uma identidade brasileira falsa. Depois de terminar a pós-graduação da Johns Hopkins, ele se inscreveu para um estágio no Tribunal Penal Internacional, na cidade holandesa de Haia.

A partir deste fato, uma agência de informação holandesa o identificou publicamente como Sergey Vladimirovich Cherkasov, um oficial russo de informação militar.

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O tribunal já investigava crimes de guerra cometidos pela Rússia, o que poderia resultar, em seguida, na emissão de ordem de prisão contra Vladimir Putin. As autoridades holandesas o enviaram para o Brasil, onde foi preso com passaporte falso.

O ministro da Justiça, Flávio Dino, publicou nessa quinta-feira (27), que “o parecer técnico do Ministério da Justiça acerca de dois pedidos de extradição está embasado em Tratados e na Lei 13.445/2017. No momento, o citado cidadão permanecerá preso no Brasil”. Ele está preso no país desde outubro de 2022.

O Brasil decidiu extraditar Cherkasov de volta para a Rússia, que possivelmente o contratou para cometer os crimes dos quais é acusado. Ele será extraditado depois de concluído o inquérito.

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O outro pedido de extradição citado por Dino foi feito pelos EUA Porém, a solicitação da Rússia foi enviado primeiro, e, como ele é cidadão russo, a prioridade fica para o país de origem. O FBI, órgão de investigação federal americano, já investigava Cherkasov desde quando ele estudava na Universidade John Hopkins.

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