Oriente Médio

Brasileira tenta deixar o Líbano e relata: “os ataques de Israel não param”

Leila Salim viajou ao Líbano para estudar árabe e desenvolver um projeto de pesquisa, que inicialmente estava planejado para o próximo ano

brasileira-Líbano
Brasileira relata situação no Líbano – Crédito: Reprodução / G1

Leila Salim Leal, uma jornalista do Rio de Janeiro, compartilha com o site G1 sua experiência com os desafios árduos no Líbano, onde vive atualmente. Casada com um libanês, ela enfrenta uma decisão difícil: retornar ao Brasil enquanto seu marido permanece no país para cuidar da mãe. “A situação no Líbano está cada vez mais tensa, com uma crise humanitária profunda que só piora a cada dia. Os ataques de Israel estão se intensificando”, explica.

Publicidade

Leila viajou para estudar árabe e desenvolver um projeto de pesquisa, inicialmente planejado para o próximo ano. Porém, a escalada de violência no Oriente Médio forçou-a a repensar seus planos e se preparar para voltar ao Brasil. A complexidade desse dilema é visível em cada relato de sua vida diária em Beirute.

Como é viver em meio à tensão no Líbano?

Residindo em Beirute, uma área circunstancialmente mais segura, Leila descreve uma rotina cercada por perigos. “Recentemente, houve um ataque a apenas 3 km de minha casa, e os bombardeios continuam sem cessar. O subúrbio de Dahieh, que fica a 7 km daqui, é alvo frequente de bombardeios. Muitas famílias perderam seus lares e estão nas ruas”, explica Leila.

Apesar das adversidades, ela ainda consegue circular em seu bairro e áreas adjacentes, embora a insegurança esteja crescendo. “Ainda consigo me mover pelo bairro e arredores, mas a segurança é precária. Eu trabalho em áreas mais afastadas, mas é cada vez mais arriscado. Colegas jornalistas estavam no subúrbio minutos antes de um bombardeio”, conta.

 

Publicidade
Ver essa foto no Instagram

 

Uma publicação compartilhada por Leila (@leilasalimleal)

Publicidade

Quais são as dificuldades enfrentadas pela população?

A decisão de Leila de retornar ao Brasil foi emotiva e complicada. “Além do aspecto pessoal, há um vínculo profissional e afetivo. Comecei a trabalhar como freelancer para veículos brasileiros, cobrindo a região, e isso me aproximou muito do país”, comenta Leila.

A saída em massa de pessoas tornou difícil a compra de passagens aéreas. “Consegui um voo para o dia 5, mas ele foi cancelado. Ontem, consegui outra passagem, mas apenas para o dia 18 de outubro”, afirma. Isso reflete a dificuldade generalizada enfrentada por aqueles que tentam deixar o país.

Qual é o impacto psicológico e social dos bombardeios?

Os moradores do Líbano relatam bombardeios constantes na fronteira com Israel, além do som incessante de helicópteros e drones. Leila fala sobre a gravidade da situação. Além do trauma psicológico gerado pelos sons dos conflitos, muitos perderam suas casas e enfrentam a falta de abrigos.

Publicidade

“Recentemente, um ataque israelense destruiu um prédio usado como alojamento. As vítimas foram enterradas em covas coletivas. A crise humanitária é severa e sentimos que não há lugar seguro”, completa.

Siga a gente no Google Notícias

Assine nossa newsletter

Cadastre-se para receber grátis o Menu Executivo Perfil Brasil, com todo conteúdo, análises e a cobertura mais completa.

Grátis em sua caixa de entrada. Pode cancelar quando quiser.