TRAGÉDIA

Com mais de 20 mil mortos, terremoto na Turquia é um dos mais fatais deste século

Especialistas tentam explicar os vários fatores que contribuíram para que o abalo sísmico na Turquia fizesse milhares de vítimas.

Com mais de 16 mil mortos, terremoto na Turquia é um dos mais fatais deste século
(Crédito: Ahmad Halabisaz/Getty Images)

Mais de 20 mil pessoas foram mortas e outras milhares ficaram feridas em decorrência do terremoto que abalou a Turquia e a Síria na última segunda-feira (6).

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Milhares de prédios desabaram nos dois países e agências humanitárias alertam para repercussões catastróficas no noroeste da Síria. Devido à guerra em andamento na região, milhões de pessoas vulneráveis ​​e deslocadas já dependiam de  auxílio internacional.

Com isso, grandes esforços de resgate estão em andamento com a comunidade global oferecendo assistência em operações de busca e recuperação.

TODOS ESTAVAM CASA

Especialistas ouvidos pela CNN tentam explicar os vários fatores que contribuíram para tornar esse terremoto tão letal. Um dos motivos seria o horário: O tremor ocorreu  por volta das 4 da manhã, quando a maioria das pessoas estava em casa, dormindo. Isso contribuiu para que elas ficassem presas sob os escombros, sem tempo para reagir ou buscar ajuda.

CLIMA

As condições climáticas também tornam a situação ainda mais complicada na Turquia e o acesso às áreas afetadas se torna mais desafiador para as equipes de resgate. Só para se ter uma ideia, nesta quinta-feira (09), a previsão é de que a temperatura caia para -6ºC.

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Com o acúmulo de neve na região, a situação que torna mais dramática. Pessoas com a saúde debilitada, que  estão presas sob os escombros e que já passaram dias sem comida e água, correm o risco de ter hipotermia.

INFRAESTRUTURA

Com tantos danos e prédios desabados, muitos se perguntam sobre o papel que a infraestrutura local pode ter desempenhado para aumentar a tragédia. Foram apontadas deficiências no projeto e nas construções, especialmente em edifícios mais antigos – muitos não resistiram à severidade do abalo sísmico.

O professor de engenharia na Universidade Bogazici, Mustafa Erdik, disse  à CNN que a qualidade da construção de cada casa ou prédio é altamente variável: “Nem todos os edifícios foram construídos de acordo com o moderno padrão sísmico turco”.

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CORRIDA CONTRA O TEMPO

Muitos especialistas alertam que a janela para busca e salvamento pós-terremoto está se fechando. Ilan Kelman, engenheiro e professor da University College London, disse: “Normalmente, poucos sobreviventes são retirados após 72 horas – mas cada vida salva é essencial e algumas pessoas são libertadas depois de muitos dias”.

Kelman acrescenta ainda que, as condições físicas das vítimas que ainda estão sob os escombros, podem contribuir diretamente para a morte delas: “As pessoas morrem devido a necessidades médicas imediatas, como sangrar até a morte ou sucumbir a ferimentos por esmagamento”.

OUTROS DESASTRES

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Outros grandes terremotos já fizeram milhares de vítimas em diversas partes do mundo. Em 2011, um terremoto, de magnitude 9,1, seguido de um tsunami, no Japão, deixou mais de de 22.000 pessoas mortas.  Na tragédia, paredões de água engoliram cidades inteiras, arrastaram casas e causaram o pior desastre natural já registrado no país.

Estima-se que, um ano antes, em 2010, um terremoto de magnitude 7,0 no Haiti matou entre 220.000 a 300.000 pessoas. Outras 300.000  ficaram feridas e milhões foram deslocadas.

Em 2004, um terremoto com magnitude estimada em 9,1, atingiu a costa de Sumatra, na Indonésia, causando um tsunami que deixou quase 230 mil pessoas mortas ou dadas como mortas e desaparecidas.

De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), o terremoto mais forte já registrado foi de magnitude 9,5 no Chile em 1960.

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