A Comissão da União Europeia sugeriu, nesta terça-feira (6), novas diretrizes para o plano climático de seus países. Na proposta, as nações devem buscar a redução de 90% de emissões de carbono, em comparação com os níveis de 1990, até 2040.
As sugestões pretendem ajudar os países europeus a cumprirem as metas estabelecidas no acordo de Paris, em 2015, de limitar o aumento da temperatura média do planeta em 2ºC. Por enquanto, o documento não obriga nenhuma nação a segui-lo. Sua análise e aprovação serão retomadas após as eleições do parlamento da UE, em junho.
As discussões prometem ser acaloradas, visto que a divisão no parlamento sobre este assunto é nítida. De acordo com previsões, políticos de direita ocuparão muitos dos assentos disponíveis, tornando a aprovação de um projeto climático ambiciosos difícil.
“Estabelecer uma meta climática para 2040 vai ajudar a indústria, investidores, cidadão e governos europeus a tomarem decisões que manterão a UE no caminho da neutralidade climática em 2050”, declarou a Comissão Europeia em nota.
Dúvidas sobre a possibilidade deste acordo ser cumprido já começam a aparecer, já que, em dezembro, a Comissão Europeia reportou que os países membros não estavam em ritmo de cumprimento do acordo de redução de emissões em 55% até 2030.
This week, the #vdLCommission meets to discuss:
🔹 2040 climate targets
🔹 Industrial carbon management
🔹 Combatting child sexual abuse pic.twitter.com/nMvfGkfWfT— European Commission (@EU_Commission) February 6, 2024
Protestos
Recentemente, fazendeiros de diversos países europeus, como França e Alemanha, demonstraram sua insatisfação com projetos que buscam cortar as emissões de gases pelo setor agricultor, assim como regulações sobre o uso de pesticidas. “Os fazendeiros estão se revoltando na Europa enquanto a Comissão inventa mais ambições irreais”, manifesta Alexandr Vondra, do grupo conservador do parlamento. Vondra afirma que estão obrigando-os a ter “um estilo de vida diferente”.
Dessa maneira, visando apaziguar a situação, a Comissão Europeia decidiu retirar itens que influenciavam o setor de agricultura, como uma lei de regulação do uso de pesticidas e o projeto de redução de 30% das emissões oriundas da agricultura.
Autoridades climáticas não viram o movimento com bons olhos. “Não cometam o erro de não falar sobre a agricultura. Não resolve o problema”, disse Bas Eickhout, líder dos Greens – partido que apoia as medidas climáticas. Entretanto, Eickhout também demonstrou com paixão aos manifestantes. “Se você precisa trocar todo o seu sistema agricultor, claro que enfrentará resistência. Eu também resistiria, especialmente se eu não consigo ganhar a vida assim agora”.