TRÁFICO DE PESSOAS

Como a família mais rica do Reino Unido foi parar no banco dos réus?

Segundo os relatos que emergiram no tribunal, os empregados eram atraídos para a Suíça com promessas de boa remuneração e trabalho digno. No entanto, enfrentaram condições laborais críticas e degradantes

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Família Hinduja é acusada de tráfico humano e exploração de seus funcionários – Crédito: Reprodução / BBC

Uma polêmica envolvendo a famosa família Hinduja veio à tona nos últimos dias. Residentes da deslumbrante cidade de Genebra, conhecida por abrigar organizações internacionais e uma comunidade afluente, a família atualmente enfrenta acusações sérias de exploração e tráfico humano. Atualmente, os Hinduja têm uma fortuna avaliada em cerca de 37 bilhões de libras.

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Os membros da família, incluindo Prakash e Kamal Hinduja, junto dos seus familiares Ajay e Namrata, são acusados de contratar funcionários na Índia sob promessas que não foram cumpridas. Ao chegar em Cologny, um bairro nobre de Genebra, esses empregados encontraram uma realidade diferente da esperada, o que levantou questões legais preocupantes.

O que levou à acusação da família Hinduja?

Segundo os relatos que emergiram no tribunal, os empregados eram atraídos para a Suíça com promessas de boa remuneração e trabalho digno. No entanto, enfrentaram condições laborais críticas, como jornadas exaustivas de 18 horas por apenas cerca de R$ 50 por dia, além de terem seus passaportes confiscados, o que restringia significativamente sua liberdade.

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O lado obscuro da cidade da paz

Esta não é a primeira vez que Genebra, a cidade que ostenta o título de “cidade da paz”, se encontra no centro de controvérsias relacionadas ao tratamento de trabalhadores domésticos. A família Hinduja, apesar de um recente acordo financeiro referente às questões de exploração, ainda precisa responder às acusações de tráfico humano, um crime considerado grave pelo sistema judiciário suíço.

As falas no tribunal e a defesa da família

Em defesa, apresentada durante as audiências, os advogados da família Hinduja não negaram as condições de baixos salários, argumentando que estas devem ser analisados dentro de um “contexto apropriado”. Segundo eles, as acomodações e alimentações gratuitas fornecidas deveriam ser levadas em conta ao avaliar a compensação total dos empregados.

Contudo, esses argumentos parecem não satisfazer totalmente as exigências legais e morais, já que a existência de um tratamento humano não anula a gravidade das outras acusações, como a longa jornada de trabalho e o confisco de passaportes. Alguns funcionários antigos testemunharam a favor dos Hindujas, reiterando a visão de que eram tratados com dignidade, mas isso não diminui as sérias alegações contra a família.

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As principais e mais graves acusações contra a família foram: jornada de 18 horas por dia; salário de aproximadamente R$ 50 por dia; confisco de passaporte e restrições de liberdade severas.

Enquanto o julgamento continua, Genebra e o resto do mundo observam atentamente, esperando por um desfecho que não só esclareça todos os fatos, mas também reforce a importância dos direitos humanos e da dignidade laboral, mesmo nas camadas mais altas da sociedade.

  * Sob supervisão de Lilian Coelho

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