A quantidade de argentinos com visão positiva do país, entendendo que o país está “no rumo certo”, diminuiu 13 pontos percentuais em relação a janeiro. Naquele mês, o presidente Javier Millei completou 30 dias no governo.
A pesquisa What Worries the World, que é realizada pelo instituto Ipsos, divulgou seus dados mais recentes, que revelam uma divisão na opinião pública da Argentina: 53% acreditam que o país caminha no rumo certo, enquanto 47% pensam o contrário.
A margem de erro é de 3,1 pontos percentuais, para mais ou para menos, o que significa que os grupos são tecnicamente equivalentes. Os últimos dados apresentados, em janeiro, revelavam que 66% tinham visão positiva do país e 34% se diziam pessimistas.
Nesta semana Milei discursou em Buenos Aires afirmando que o governo estaria trazendo esperança. “As pessoas estão esperançosas e veem que há luz no fim do caminho”, afirmou. Entretanto, os dados revelam o contrário.
Marcos Calliari, o CEO da empresa que realiza a mesma pesquisa ao redor do mundo, afirmou em entrevista ao Globo que o caso da Argentina apresenta maior queda na confiança da população dentre os 29 países onde o estudo foi conduzido no mesmo período. “Isso deixa claro que a euforia inicial com a posse de Milei não passou do primeiro mês“, comentou.
Opinião pública dos argentinos
O resultado da pesquisa fez com que os argentinos saíssem da quarta para a sétima posição do ranking das nações mais otimistas. Entretanto, a Argentina ainda apresenta percentual acima da média global, de 38%, no quesito de pessoas satisfeitas com o rumo do país. No Brasil, por exemplo, 51% pensam que o país está na direção certa enquanto 49% são pessimistas em relação ao assunto.
A preocupação mais levantada para a população do país é a inflação, que está em 276,2%, valor acumulado nos últimos 12 meses, de acordo com os dados oficiais. 65% dos entrevistados apontaram alta dos preços como um dos principais problemas do país, o que é a maior taxa verificada na pesquisa global. O percentual médio dos países que declararam essa preocupação é de 35%.
* Matéria publicada com supervisão de Ricardo Parra.