Os furacões são fenômenos climáticos imponentes, conhecidos por sua capacidade de causar destruição significativa ao longo de costas e áreas habitadas. Entretanto, algo intrigante ocorre quando esses gigantes tropicais se deslocam do oceano para a terra: eles perdem força. Segundo Andra Garner, professora associada do Departamento de Ciências Ambientais da Universidade de Rowan, nos Estados Unidos, a água morna dos oceanos é a principal fonte de energia que sustenta essas tempestades. Sem essa fonte, os furacões começam a enfraquecer rapidamente.
Como os furacões perdem energia ao chegar à terra?
A energia dos furacões é derivada da evaporação de águas quentes do oceano. Quando o ciclone tropical chega à terra, ele perde o acesso a esse combustível vital. O ar sobre a terra é mais seco e contém mais partículas em comparação ao ar sobre o oceano, o que resulta em menor umidade disponível para a tempestade. Como resultado, há uma diminuição na cobertura de nuvens e interrupção na circulação de ar. “Quando eles são cortados dessa fonte de combustível, eles começam normalmente a enfraquecer ao longo do tempo”, explica Garner.
O que enfraquece os furacões ao se aproximarem da terra?
Além da perda de calor oceânico, quando um furacão avança para latitudes médias, ele encontra águas mais frias, o que reduz ainda mais sua força. Águas frias não oferecem o calor necessário que sustenta a tempestade, resultando em um enfraquecimento adicional. Outro fator crucial é o cisalhamento vertical do vento, que implica mudanças na direção ou velocidade do vento em diferentes altitudes. Esse fenômeno pode introduzir ar seco na tempestade, dificultando seu fortalecimento. “Para ganharem força, os furacões precisam de um oceano muito quente para usar de combustível. Quanto mais quente for o oceano, mais forte deve ser a tempestade”, observa Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo.
Como os furacões se formam?
Os furacões, conhecidos na meteorologia como ciclones tropicais, são sistemas de baixa pressão que se formam em áreas tropicais. Eles são alimentados pelo ar quente e úmido que sobe da superfície oceânica, criando uma área de baixa pressão. O ar das áreas circundantes se move para essa área, aquecendo-se e subindo também, formando nuvens de chuva. Este ciclo de aquecimento e ascensão constante gera um sistema de nuvens e ventos que, alimentado pelo calor oceânico, ganha força e organização.
Como o aquecimento global influencia?
O aquecimento global é um fator significante que está influenciando a intensidade e a frequência dos furacões. Estudos indicam que tempestades no Oceano Atlântico são mais propensas agora a se intensificar rapidamente do que no passado. Esse aumento de intensidade tem sido observado particularmente na região do Golfo do México, onde a Corrente do Golfo, com suas águas quentes, oferece um caminho ideal para o fortalecimento dos furacões. A NOAA destaca que o aquecimento dos oceanos tem sido acentuado, permitindo que os ciclones tropicais acumulem mais energia do que anteriormente.
A transição para o fenômeno La Niña também contribui para a ocorrência de mais furacões, pois diminui o cisalhamento vertical dos ventos — uma condição favorável para o desenvolvimento desses fenômenos. Conforme as temperaturas dos oceanos continuam a subir, a expectativa é que os furacões possam se tornar ainda mais frequentes e intensos, representando um desafio crescente para as áreas costeiras e seus habitantes.
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